Dezasseis artistas lusófonos em residência artística em Moçambique

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Dezasseis artistas lusófonos em residência artística em Moçambique
28/08/25 - 03:36 pm

Maputo, 28 Ago (Inforpress) – Dezasseis jovens artistas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) participam, na capital moçambicana, Maputo, de uma residência cujo objetivo é investigar e recriar manifestações artísticas ocorridas durante o processo de libertação colonial.

“O que nós estamos a fazer não é simplesmente pôr um grupo de cada país e depois dizer que é um espetáculo da CPLP, mas estamos realmente a fazer fusões, recriações, a ponto de cantores de um sítio cantarem músicas de outros países e dançarinos de outros países dançarem nessas culturas. Além disso, estamos a fazer recriações modernas”, disse à Lusa o realizador moçambicano Sol de Carvalho, da associação cultural Scala, organizadora da residência artística em parceria com a Khuzula.

Participam artistas de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

A iniciativa é financiada em um milhão de euros pela União Europeia, o Instituto Camões I.P. e a Fundação Calouste Gulbenkian, através do Programa PROCULTURA.

Segundo a organização, para além de investigar manifestações culturais do período colonial, o coletivo vai refletir sobre o a luta antifascista em Portugal, promovendo uma releitura crítica da produção cultural daquela época.

A residência decorre até 12 de setembro, no Centro Cultural Moçambique-China, insere-se no projeto “Resistência e Afirmação Cultural”, e a direção indica que vai culminar com a produção de um espetáculo a reunir em palco mais de 50 intervenientes, entre residentes e artistas moçambicanos.

“São artistas que não estão aqui apenas para preencher um número, mas porque já têm carreiras relevantes”, disse o realizador moçambicano Sol de Carvalho, destacando que este encontro tem importância por decorrer numa altura em que a maioria destes países celebra 50 anos de independência.

“O palco é onde expomos cicatrizes históricas e, quem sabe, iniciamos a sua cura. Aqui, o ‘eu’ cede lugar ao ‘nós’”, afirmou Sol de Carvalho.

Depois do espetáculo em Maputo, está prevista a produção de uma série televisiva, em negociação com uma produtora portuguesa, com vista à difusão internacional da obra coletiva.

“É um trabalho que parte do passado para construir um futuro cultural comum”, reforçou Sol de Carvalho.

Inforpress/Lusa

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