Desporto Adaptado: Federação está num “bom caminho” porque trabalha com pessoas e com a inclusão – presidente

Espargos, 12 Dez (Inforpress) – O presidente da Federação Cabo-verdiana de Desporto Adaptado sublinhou hoje no Sal que a federação está num “bom caminho” porque trabalha com pessoas e com a inclusão, embora reconhecendo o “grande desafio”, num país com várias necessidades.

Júlio Fortes fez a consideração durante a abertura do primeiro Fórum Nacional de Desporto Adaptado, sob o lema “Missão Inclusão Total”, que tem como um dos objectivos reforçar os fins da “Total Participação”, que consta no Programa Mundial de Acção relativo às pessoas com deficiência.

“Trabalhamos com pessoas e trabalhamos com inclusão, que é para nós um desafio enorme, num país com várias necessidades, mas com um povo muito solidário e capaz de abalar os mais difíceis constrangimentos”, sublinhou.

Para o coordenador do desporto da Conferência de Ministros da Juventude e Desporto (CMJD) da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Jorge de Carvalho, com este fórum, pretende-se que as medidas sirvam para monitorizar a legislação sobre a inclusão das pessoas com deficiência em Cabo Verde, e também para monitorizar a Convenção sobre o Direito das Pessoas com Deficiência.

“Identificar os problemas, obstáculos e as barreiras e ir implementando as medidas até o próximo Fórum em 2025. Daí que, em relação a Cabo Verde, é preciso começar desde as primeiras idades ou em termos das deficiências adquiridas começar na escola e, no sector da saúde, incluir na reabilitação, incluir a área dos lazeres, a recreação”, frisou.

Para a mesma fonte, há “um passo fundamental” a ser dado em Cabo Verde que é a inclusão nas estruturas regulares.

“Temos a federação e o Comité Paralímpico, mas é importante que as nossas pessoas com deficiência, os atletas, possam praticar o basquetebol na federação do basquetebol, o futebol na federação do futebol, só assim chegaremos a uma plena inclusão”, exortou.

Jorge de Carvalho disse ainda estar “satisfeito” com a dinâmica do país nesse sentido, mas, conforme o mesmo, Cabo Verde “tem o potencial de poder também ser uma plataforma continental ao nível da formação em África”.

Presente também no acto, o administrador do desporto do Instituto do Desporto e Juventude (IDJ), Anildo Santos, sublinhou que falar do desporto adaptado em Cabo Verde é elencar três momentos, sendo o passado, o presente e o futuro

“O passado, sabemos todos que o nosso país tinha algumas dificuldades, alguns constrangimentos, a nível desse subsistema do nosso desporto. Falando do presente, o ordenamento jurídico do nosso desporto, hoje já temos elencado as políticas públicas para as pessoas com deficiências, embora ainda há algumas barreiras arquitetónicas”, elencou.

“Falando no futuro, o desporto é uma grande ferramenta, é a chave para a inclusão das pessoas com aptidão, mas também as pessoas com necessidade. Mas não podemos estar aqui a falar em inclusão total se não criarmos condições de uma integração plena e essa integração tem que acontecer”, continuou.

A mesma fonte destacou que com este primeiro fórum “nunca mais o desporto adaptado nacional será igual”, destacando que no próximo ano o desporto paralímpico vai estar bem representado nos jogos da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP).

O Fórum Nacional de Desporto Adaptado – Missão Inclusão Total , visa três objectivo, primeiro celebrar o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, segundo relembrar e reforçar os fins da “Total Participação”, que consta no Programa Mundial de Ação relativo às pessoas com deficiência, e, em terceiro lugar, em coerência e consequência com os fins da “Plena e Efectiva Participação na Sociedade” contribuir para a sua efetivação.

NA/AA

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