
Cidade da Praia, 23 Out (Inforpress) - O consultor Miguel Sousa anunciou que se encontra em andamento o processo de criação da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços Franco-Cabo-verdiana, estrutura destinada a fortalecer as relações empresariais entre Cabo Verde e a sua diáspora em França.
O consultor do Ministério das Comunidades, fez este anúncio em entrevista à Inforpress, na sequência do balanço e apresentação dos resultados saídos do Congresso Internacional de Quadros realizado na semana passada, na cidade da Praia, sob o lema “Um diálogo entre o país e a diáspora”.
Segundo explicou, cerca de 60 empresários cabo-verdianos provenientes de França participaram recentemente no Congresso Internacional de Quadros Cabo-verdianos na Diáspora e manifestaram “grande interesse” em avançar com esta iniciativa.
“Nós recebemos cerca de 60 empresários que vieram participar no Congresso, vindos da França. Esses empresários estão aqui agora, mas a primeira coisa que defenderam foi a criação de uma Câmara de Comércio”, afirmou.
O objectivo, frisou, é criar um quadro mais orgânico e sustentável de investimento e de ligação com o país, indicando que as câmaras de comércio vão trabalhar essa relação por via do investimento, reforçando o papel da diáspora como parceira no desenvolvimento nacional.
A nova estrutura, adiantou Miguel Sousa, será semelhante às câmaras de comércio existentes em Cabo Verde e terá como principal missão promover o empreendedorismo, a cooperação empresarial e o investimento.
O consultor explicou que a Câmara de Comércio será instalada como uma unidade semelhante às câmaras de comércio existentes no país, mas que terá como principal objectivo promover o relacionamento empresarial, acrescentando que esta iniciativa representa um passo decisivo na forma como a diáspora se relaciona com Cabo Verde.
“O cabo-verdiano relaciona-se com Cabo Verde de forma individual, não empresarial. Queremos que se estruture em empresas, que aprenda a fazer negócios e, a partir dessas empresas, fortaleça os mecanismos de relação com o país”, defendeu.
Miguel Sousa disse ainda acreditar que a criação de câmaras de comércio bilaterais, como a franco-cabo-verdiana, contribuirão para consolidar essa ligação económica.
“Se tivermos associações empresariais, como as câmaras de comércio, a relação com o país sairá fortalecida. O cabo-verdiano passará a assumir também os desafios empresariais na diáspora, como motor dessa relação com Cabo Verde”, afirmou.
A mesma fonte acrescentou que a instalação da Câmara de Comércio Franco-Cabo-verdiana deverá ocorrer “até ao próximo ano”, estando já criada uma comissão de trabalho para o efeito.
O consultor sublinhou que esta é uma decisão já tomada e vista como “uma forma inovadora de organização da diáspora”.
“Podíamos ter câmaras de comércio franco-cabo-verdianas, luso-cabo-verdianas, em Angola ou nos Estados Unidos, justamente para facilitar essa relação empresarial”, explicou, lembrando que medidas como a nova Lei das Pequenas Encomendas podem criar oportunidades para que os cabo-verdianos da diáspora se organizem em empresas.
CM/AA
Inforpress/Fim
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