COP30: Lula da Silva pede “derrota dos negacionistas” no início da cimeira

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COP30: Lula da Silva pede “derrota dos negacionistas” no início da cimeira
11/11/25 - 08:15 am

Belém, Brasil, 11 Nov (Inforpress) - O Presidente brasileiro, Lula da Silva, pediu na segunda-feira, 10, aos negociadores da COP30 que imponham “uma nova derrota aos negacionistas” e pediu mais compromisso para atingir as metas climáticas.

“Na era da desinformação, os obscurantistas rejeitam não só as evidências da ciência, mas também os progressos do multilateralismo, eles controlam algoritmos, semeiam o ódio e espalham o medo. Atacam as instituições, a ciência e as universidades”, denunciou o chefe de Estado brasileiro, o anfitrião da 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), que começou esta segunda-feira na cidade amazónica de Belém.

Dessa forma, frisou que este deve ser “o momento de impor uma nova derrota aos negacionistas“.

Enaltecendo o Acordo e Paris, firmado há 10 anos, sem o qual “o mundo estaria fadado a um aquecimento catastrófico de quase 5.º C até o fim do século”, Lula da Silva considerou que o mundo caminha “na direção certa, mas na velocidade errada”.

“No ritmo atual, ainda avançamos rumo a um aumento superior a um grau e meio na temperatura global. Romper essa barreira é um risco que não podemos correr”, alertou.

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Por essa razão, Lula da Silva apelou à formulação de metas climáticas mais ambiciosas, e exortou os países desenvolvidos a garantirem “financiamento, transferência de tecnologia e capacitação aos países em desenvolvimento”.

“Precisamos de mapas do caminho para que a humanidade, de forma justa e planeada, supere a dependência dos combustíveis fósseis, pare e reverta o desmatamento e mobilize recursos para esses fins”, considerou.

O Governo brasileiro pretende apresentar-se em Belém como um líder da agenda climática, graças ao combate à desflorestação na Amazónia, mas várias organizações não-governamentais têm criticado a aposta contínua na extração de petróleo numa zona tão sensível como a costa amazónica e apresentaram uma ação na Justiça brasileira para anular a licença de pesquisa de petróleo à Petrobras numa área próxima da foz do rio Amazonas.

Adotado em 2015, o Acordo de Paris compromete os seus signatários a reduzirem emissões de gases com efeito de estufa, para que o aquecimento global não ultrapasse o limite de 1,5 graus Celsius (°C) acima dos níveis pré-industriais, esperando-se agora que, 10 anos depois, os países lancem novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) para os próximos 10 anos.

De acordo com os novos cálculos do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP, na sigla em inglês, o aquecimento da Terra deverá atingir este século entre 2,3 e 2,5 °C acima dos níveis da era pré-industrial se os países implementarem planos climáticos previstos até agora.

Representantes de cerca de 170 países participam a partir desta segunda-feira na COP30, sendo a primeira vez que a conferência climática se realiza na maior floresta tropical do planeta, um ecossistema vital para a regulação da temperatura global, mas também um dos mais ameaçados pela desflorestação e pela mineração ilegal.

As negociações prolongar-se-ão até ao dia 21 de novembro, com possibilidade de se estenderem por mais alguns dias, em Belém, cuja preparação para esta COP30 foi marcada por graves problemas logísticos e pelos preços exorbitantes dos hotéis, que limitaram a estrutura das delegações presentes.

Inforpress/Lusa

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