Mudanças climáticas é “principal desafio” da biodiversidade e para qualidade de vida - directora

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Mudanças climáticas é “principal desafio” da biodiversidade e para qualidade de vida - directora
22/05/25 - 02:02 pm

Cidade da Praia, 22 Mai (Inforpress) - A directora nacional do Ambiente, Ethel Rodrigues, destacou hoje que a preservação da biodiversidade garante uma melhor qualidade de vida, sublinhando que as mudanças climáticas representam o maior desafio para Cabo Verde nesta matéria. 

“Protegendo a vida, as diversas formas de vida, as plantas, das diversas formas em que temos, estamos também a preservar e a melhorar a nossa qualidade de vida” afirmou, em declarações à Inforpress, no acto central de comemoração do Dia Internacional da Diversidade Biológica.

A efeméride é celebrada este ano sob o lema “Harmonia com a natureza e o desenvolvimento sustentável” no Eco Paraíso, em Ribeirão Chiqueiro, na ilha de Santiago. 

Segundo a responsável, a Direção Nacional do Ambiente, em parceria com Organizações não Governamentais (ONG) e o Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário (INIDA), tem feito a monitorização da biodiversidade em várias ilhas do país.  

“Nós, o país, também temos uma estratégia nacional de preservação da biodiversidade, que tem um horizonte até 2030”, indicou, acrescentando que já se trabalha no alinhamento dessa estratégia com o novo quadro global da biodiversidade, tendo em conta “a necessidade da urgência” em acelerar as medidas de preservação e conservação. 

Cabo Verde, referiu, possui mais de 400 espécies endémicas, muitas delas ameaçadas. 

“As espécies endémicas são muito típicas, próprias, em cada ilha temos efetivamente espécies que estão em risco de extinção”, referiu a mesma fonte, que, como exemplo citou o dragoeiro.

“Agora se vê muito pouco, portanto, são espécies que são poucas e se não houver a preservação, por isso estão em risco de extinção, porque se não houver esse cuidado de preservar e cuidar, podemos correr o risco de já não ter”, alertou.

A mesma fonte, revelou ainda que a lista vermelha nacional de espécies em risco, datada de 1994, está em processo de actualização, tendo em conta que são espécies consideradas em extinção e que requerem “maior cuidado e maior atenção” quanto à preservação.

Explicou também que há uma “forte ligação” entre a biodiversidade e outras áreas como a saúde e a educação, destacando que há várias espécies de fauna e flora que contribuem para a saúde, seja na medicina tradicional ou na composição de alguns medicamentos. 

Quanto à educação, reforçou que é através das escolas que se deve começar o trabalho de consciencialização, sublinhando que “nada melhor” do que começar pelos alunos, pois, sustentou, através do ensino consegue-se levar a mensagem muito “mais facilmente” as casas e aos encarregados da educação. 

Apesar dos desafios, Ethel Rodrigues acredita que já existe “alguma consciência” a nível nacional sobre a importância da preservação ambiental.

“Hoje, o trabalho é mais intensivo, porque mostra a geração actual de que é preciso preservar, mas eu acho que, no geral, podemos afirmar que há sim uma consciencialização a nível nacional da preservação das espécies aqui em Cabo Verde e da preservação ambiental no seu todo”, sublinhou. 

Relativamente às prioridades actuais do Governo, apontou a reflorestação das espécies que estão ameaçadas como foco principal, destacando o papel das ONG na execução desta tarefa em diversas áreas do território. 

O Dia Internacional da Diversidade Biológica celebra-se anualmente a 22 de Maio.

Baseia-se na convenção sobre o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável e a concretização dos princípios contidos no novo quadro global da biodiversidade, de modo a construir um futuro melhor em harmonia com a natureza e continuar os esforços para recuperar os ecossistemas naturais.

DV/AA

Inforpress/Fim

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