Cidade da Praia, 01 Jul (Inforpress) – O ministro da Saúde, Jorge Figueiredo, reafirmou hoje, na cidade da Praia, que a luta contra o consumo abusivo de álcool em Cabo Verde é uma prioridade política, sanitária e social do Governo.
A declaração foi feita durante a cerimónia que assinalou o Dia Nacional de Luta contra o Uso Abusivo de Bebidas Alcoólicas e o 9.º aniversário da campanha "Menos álcool, mais vida".
Jorge Figueiredo destacou os impactos profundos do alcoolismo na saúde pública e na estrutura social cabo-verdiana, mencionando que o consumo excessivo de álcool ultrapassa as questões de saúde, afectando também os pilares culturais, económicos e familiares da sociedade.
"Estamos perante uma realidade estrutural, marcada por uma permissividade cultural enraizada que favorece o consumo precoce e descontrolado, especialmente entre os jovens e em contextos sociais vulneráveis", afirmou.
O ministro apontou “dados preocupantes” do Segundo Inquérito Nacional sobre os Factores de Risco das Doenças não Transmissíveis, que indicam 45% da população adulta consumia bebidas alcoólicas à data do inquérito, com uma prevalência mais elevada entre os homens.
De acordo com o governante, 12% da população adulta apresenta o consumo abusivo do álcool, o que compromete não só a saúde física, mas também as relações familiares e sociais.
"Os impactos sociais e familiares são evidentes, com 2,1 por cento (%) dos adultos a relatarem conflitos com familiares ou parceiros devido ao consumo de bebidas alcoólicas, número que revela que o álcool não destrói apenas a parte física, mas também corrói relações humanas, desestrutura completamente as famílias e mina a coesão das comunidades", reforçou Jorge Figueiredo.
O ministro destacou várias acções do Governo no combate a este problema, como a implementação do Plano Estratégico Multissectorial 2016-2020, a entrada em vigor da Lei do Álcool, que regula a produção e consumo de bebidas alcoólicas, e a criação de um guia orientador para estabelecimentos comerciais, visando reforçar o cumprimento das leis e proteger os menores.
Sublinhou também a importância do papel das organizações da sociedade civil, como a Fundação Menos Álcool Mais Vida, que têm sido fundamentais na promoção de políticas públicas de prevenção e apoio à luta contra o abuso do álcool.
Para concluir, Jorge Figueiredo fez um apelo à liderança política, coesão institucional e ao compromisso colectivo, afirmando que o evento representa um momento de renovação do pacto social em torno da saúde pública, da protecção da dignidade humana e do bem comum.
JBR/CP
Inforpress/Fim
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