
Pequim, 03 Nov (Inforpress) - A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês destacou que o país, membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas e Estado com armas nucleares responsável, tem uma postura defensiva.
A China rejeitou esta segunda-feira as acusações de Washington de que Pequim estaria a realizar testes nucleares em segredo, e reiterou o compromisso com o “desenvolvimento pacífico” da energia nuclear e com o regime internacional de desarmamento.
“Como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e Estado com armas nucleares responsável, a China está comprometida com o desenvolvimento pacífico“, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Mao Ning.
Mao destacou que Pequim mantém uma “estratégia nuclear defensiva” e segue uma política de “não ser o primeiro país a usar” armamento nuclear em caso de conflito.
A responsável assegurou que a China “honra o seu compromisso com a moratória sobre testes nucleares” e manifestou a disposição de trabalhar com todas as partes para “salvaguardar o cumprimento do Tratado de Proibição Completa de Ensaios Nucleares (CTBT)” e proteger o regime global de não-proliferação.
“Esperamos que os Estados Unidos cumpram de forma rigorosa as suas obrigações no âmbito do CTBT e o seu compromisso com a moratória, adotando ações concretas para respeitar o quadro internacional de desarmamento e não proliferação, de forma a manter o equilíbrio estratégico e a estabilidade global”, afirmou Mao, citada pelo jornal oficial Global Times.
As declarações da diplomata surgem depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter afirmado, na semana passada, que autorizou a realização de testes nucleares norte-americanos “devido aos programas de testes de outros países”.
Numa entrevista transmitida nas últimas horas pela cadeia norte-americana CBS, Trump insistiu que Rússia e China estão a conduzir “testes nucleares em segredo”.
“A Rússia está a fazer testes e a China também, mas eles não falam sobre isso. Nós somos uma sociedade aberta. Temos que falar, porque, caso contrário, os jornalistas descobrem e publicam. Eles não têm jornalistas que escreveriam sobre isso, nós temos”, declarou o Presidente norte-americano.
Segundo a CNN, um relatório divulgado em agosto pelo Serviço de Investigação do Congresso dos EUA estimou que o país poderia realizar um teste com armas nucleares no prazo de 24 a 36 meses após ordem presidencial.
Os Estados Unidos não realizam testes nucleares desde 1992, a Rússia desde 1990 e a China desde 1996.
Inforpress/Lusa
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