Cabo Verde avança com Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional 2035 – ministro

Cidade da Praia, 30 Out (Inforpress) – O Governo apresentou hoje a Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e dos Sistemas Alimentares Sustentáveis 2035, “um instrumento ambicioso e orientador” que mostra as principais linhas do plano de acção para o sector.

O ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, falava ao presidir à abertura da XII reunião ordinária do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CNSAN), na cidade da Praia.

Segundo este governante, a Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e dos Sistemas Alimentares Sustentáveis 2035 (ENSAN 2035) representa um instrumento transformador, concebido para enfrentar os desafios estruturais e globais que afetam a segurança alimentar no país.

“Esta estratégia assenta em três pilares fundamentais, os sistemas alimentares sustentáveis, resilientes e inclusivos, a proteção social promotora do desenvolvimento económico, e saúde e nutrição baseada numa alimentação adequada”, explicou, realçando que a estratégia integra o PEDS II e os principais planos sectoriais do país.

Segundo o ministro, a ENSAN 2035 coloca a segurança alimentar e nutricional como prioridade estratégica, alinhada com a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável, reforçando a soberania, a inclusão, a justiça social e a resiliência do país diante de crises climáticas, económicas e sanitárias.

Assinalou que ao reforçar a governança territorial, promover a produção sustentável, garantir o acesso equitativo aos alimentos e aprofundar a justiça social, a proposta de Estratégia Nacional de Segurança Alimentar transforma a alimentação num “verdadeiro vector de dignidade, saúde e prosperidade”.

“Cabo Verde tem demonstrado resiliência e capacidade de adaptação, através de políticas públicas inovadoras e estruturantes que reforçam a sustentabilidade e a eficiência do setor alimentar”, acrescentou.

Sublinhou que o documento reconhece ainda o papel essencial das mulheres e meninas como agentes de mudança e pilares da resiliência alimentar e nutricional.

Gilberto Silva fez referência a um conjunto de medidas implementadas nos últimos anos, destacando a resiliência da gestão dos recursos hídricos, não só pela diversificação das fontes de mobilização da água, mas sobretudo pela melhoria da utilização eficiente da água.

O ministro sublinhou ainda os progressos alcançados em indicadores de saúde e nutrição, como a redução da anemia ferropriva, de 52,4% em 2009 para 43% em 2018, e a desnutrição crónica que passou de 32% em 1985 para 12,6% em 2024, demonstrando uma melhoria considerável.

Indicou a prevalência do aleitamento materno exclusivo que também  sofreu melhorias nos últimos anos, 42% em 2013 para 52% em 2023.

Gilberto Silva alertou que os desafios persistem, especialmente no combate à insegurança alimentar moderada e grave, apesar dos dados apontarem uma redução de 41% em 2018 para 32% em 2024.

Disse que Cabo Verde enfrenta ainda o múltiplo fardo da malnutrição,  marcado pela coexistência da desnutrição, das deficiências em micronutrientes, do aumento do excesso de peso e das doenças crónicas não transmissíveis.

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