Boa Vista: Professores paralisam aulas até publicação da lista de nomeação no Boletim Oficial

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Boa Vista: Professores paralisam aulas até publicação da lista de nomeação no Boletim Oficial
09/10/24 - 09:35 pm

Sal Rei, 09 Out (Inforpress) – Os professores transferidos para a ilha da Boa Vista desde 2023, cujos nomes ainda não saíram no BO, e sem salário desde Setembro, iniciaram hoje uma paralisação das aulas que prometem manter até a regularização da situação.

Em declarações à Inforpress, alguns professores do grupo de mais de 20 transferidos de diversas ilhas do país para dar aulas na Boa Vista informaram que só no ano passado chegaram a assinar três contratos e continuam à espera que o nome saia no Boletim Oficial (BO) e sejam pagos o salário de Setembro.

Também informaram que na primeira semana do ano lectivo apenas os nomes de seis professores do concelho saíram no BO, pelo que os restantes que continuam à espera e querem saber o porquê da sua situação não ter sido também regularizada.

Anildo Lopes, professor de Língua Portuguesa, indicou que em 2023 assinou um contrato indeterminado, depois um de 90 dias e que estava à espera que o seu nome saísse no BO de Janeiro, mas isso não aconteceu e foi-lhes dado uma adenda para assinar para que possam receber até Agosto.

O mesmo alega que a maioria dos colegas já tinha prestado serviço no ano anterior, inclusive ele começou a dar aulas antes de alguns dos professores que estavam na mesma situação e o nome saiu no BO, pelo que “pergunta ao ministro onde está a justiça e porque não foi publicada também a lita nominal dos restantes docentes.

Anildo Lopes disse que estão revoltados e há mais de um ano à espera, sem informação, para depois virem falar de saúde mental, porque na prática não conseguem dar uma aula em condições devido a essa situação e por estarem em uma ilha com custo de vida elevado, como Boa Vista.

Mayara Brito, professora de Francês, afirma que no ano passado iniciou com um contrato a termo certo, mas que desde então foi uma “bagunça”, recebia de três em três meses, e que este ano voltou ao trabalho, na espectativa de que as coisas melhorassem e ganhassem alguma estabilidade.

Reclama, entretanto, que já estão com salário em atraso e, como se não bastasse, o Ministério da Educação chama-os para assinar uma adenda para poderem receber, e alguns colegas vão ter de assinar mais três contratos porque segundo, o ministério, não fizeram estágio provatório e vão considerar o ano passado como provatório, algo que, segundo a mesma, não foi falado.

Segundo Mayara Brito, durante todo esse ano de espera, ao contactar o ministério a desculpa era que estavam à espera do BO e agora mudaram para estágio provatório, pelo estão descontentes e consideram a atitude do governo uma falta de respeito aos professores.

Já Elsa Monteiro, que é professora do ensino básico, garantiu que não vão assinar a adenda nem contratos, enquanto não for garantida a publicação dos nomes no BO, que é o que estão a exigir, assim como aconteceu com os outros professores que estavam na mesma situação e os nomes saíram.

A mesma considera ser uma injustiça já que “começaram juntos e ninguém está a fazer mais do que o outro”, afirmando que o ministro tem de saber o que está a passar, considerando inadmissível um ano de tramitação, além da comunicação ser zero, porque ninguém informa nem explica de facto o que está a acontecer.

Elsa Monteiro disse que hoje ouviu o ministro dizer no parlamento que “é humano”, pelo que questiona se os professores que estão a passar por essa situação com contas para pagar “são robôs”.

MGL/JMV

Inforpress/Fim. 

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