Sal Rei, 31 Ago (Inforpress) – O Governo apresentou sexta-feira na Boa Vista os programas de subvenção de sistema de rega gota a gota, incentivo para cultura protegida (estufas agrícolas) e modernização da pecuária familiar, avaliados em cerca de 600 mil contos.
Durante a apresentação do programa, o ministro da Agricultura e do Ambiente, Gilberto Silva, afirmou que se o Governo vai aprovar a lei da pecuária, também vai aprovar um programa que permita o Estado ajudar e contribuir para que o criador possa investir e cumprir com as normas.
Segundo o mesmo, com a apresentação desses programas quiseram mostrar aos produtores do sector uma mudança da filosofia do próprio governo, que vai exigir mais, por questões de segurança sanitária dos alimentos, para a modernização da pecuária, e a transformação da agricultura de subsistência para uma agricultura de maior rendimento.
O que vai implicar, disse Gilberto Silva, um grande esforço por parte dos produtores, que têm que mudar no sentido de absorver as melhores técnicas, fazer alguns investimentos, tanto na irrigação como em outros equipamentos, mecanização, etc.
Gilberto Silva disse que por ser uma agricultura de pequena escala, com fraca capacidade de investimento, o Estado entendeu que deve entrar “com forte engajamento no financiamento”, e que há pacotes muito concretos que foram executados e que estão em curso para criar incentivos para esta transformação.
O ministro deu como exemplo os “resultados muito concretos” da irrigação gota-a-gota após sua introdução em 2020 e a contribuição de 50%, com “aumento considerável” da taxa de penetração na agricultura.
O Governo admitiu ter baseado nessas “políticas” para introduzir um “valor considerável” na introdução das estufas agrícolas, e vão poder ir até 600 contos por agricultor, correspondendo a 50% do investimento máximo, sendo que o agricultor também vai entrar com o mesmo valor.
Sobre a modernização da pecuária, Gilberto Silva acrescentou que o objectivo não é só aumentar a produção, mas também dar resposta às obrigações do criador em respeitar as normas da actividade, ter mais rendimento e empoderar melhor as famílias que se dedicam a esta atividade.
Quanto às reclamações dos agricultores e criadores de gado sobre a seca e problemática de falta de água na ilha, Gilberto Silva disse que se tem estado a enfrentar a redução da disponibilidade de água a nível subterrâneo e a deterioração da sua qualidade, e que a classe tem que assumir uma melhor organização.
Mas, entretanto, disse, o governo está a investir com a introdução das desalinizadoras para produção de água para a agricultura, com o trabalho de perfuração para obtenção de mais água e distribuição, e o apoio aos agricultores no transporte de água em autotanque, e estão a trabalhar no sentido do reaproveitamento das águas residuais.
Isto para responder, reconhece o governo, um pouco àquilo que é a preocupação de muitos agricultores e criadores de gado, porque “as secas trazem dificuldades, e o Estado deve criar as condições de facilitar, regular, promover, incentivar, fazer investimentos que reforcem a resiliência às mudanças climáticas e criem soluções que permitem maior adaptação a este fenómeno”
MGL/JMV
Inforpress/Fim.
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