Sal Rei, 19 Ago (Inforpress) – As chuvas caídas na Boa Vista, nos dias 10 e 12 de Agosto, provocaram perdas em equipamentos agrícolas, plantações e gado na Zona Norte da ilha e os agricultores locais pediram hoje o apoio urgente das autoridades.
Agricultores das comunidades de Fundo das Figueiras, Cabeça de Tarafes e João Galego relataram um cenário de destruição, com a força da água a arrastar e danificar bens essenciais para o sustento das famílias e alguns classificaram essas perdas como as piores em décadas.
Na localidade de Fundo das Figueiras, o agricultor Manuel Silva relatou a perda total dos seus materiais de agricultura, vedação e hortas e afirmou estar à espera, depois de ter visto o primeiro-ministro a falar na televisão sobre Santo Antão, São Vicente e São Nicolau, pois da Boa Vista “só se preocupam com o turismo quando outros áreas também precisam de apoio”.
Já Emanuel Duarte contou que perdeu seis cabras e teve a horta e os motores submersos, enquanto Ilídio Évora, também da mesma localidade relatou perdas materiais semelhantes além de poços entupidos, afirmando que esse é o dia-a-dia dos agricultores e criadores da zona pelo que pedem o apoio das autoridades.
Em Cabeça de Tarefas, a agricultora Matizia Fortes disse que ouviam os animais gritando, mas não podiam socorrer, perdeu frangos, rede de protecção da horta, plantas como bananeiras, melancias, fontes entupidas e com rachaduras, motores, mas a mesma indica que já estão a fazer o que podem por sua conta porque esse é o ganha-pão do Norte.
Hirondino da Graça Pinto descreveu a situação como “catastrófica” e disse que, nos seus 50 e tal anos, foi a primeira vez que viu algo assim e disse ter perdido 16 animais de criação e 50 mil escudos em ração, e afirmou que apesar de entender que se trata da força da natureza “uma mão amiga” seria de grande ajuda.
Em João Galego, André Andrade e Eugénio Delgado falaram da destruição de mais de sete motores, máquinas de arar a terra, tubagens de gota-a-gota, além de perdas em plantações de melancia e bananeiras, pelo que defendeu a importância de os agricultores se organizarem para pressionar por uma resposta rápida e eficaz.
Os depoimentos unânimes dos entrevistados destacam a necessidade de uma “mão amiga” do Governo, através dos Ministérios e da Câmara Municipal, para ajudar a reconstruir o que foi perdido e para evitar um agravamento da crise, tendo em conta que a economia das comunidades da Zona Norte depende, maioritariamente, da agricultura e da pecuária.
MGL/HF
Inforpress/Fim
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