Sal Rei, 01 Abr (Inforpress) – A Câmara Municipal da Boa Vista, em parceria com o projecto Homenagem em Vida, da Associação Terra d’Soded, homenageou e entregou, na noite de segunda-feira, 31, o ateliê remodelado ao mestre artesão João Brito.
A homenagem ao artista, conhecido no meio como Frank d’Stancha, que também se enquadra nas celebrações do programa “Março, mês do artesão”, da autarquia, ocorreu em Povoação Velha, terra natal de Frank d’Stancha.
Segundo o presidente da Câmara Municipal da Boa Vista tratou-se de uma forma de reconhecer o homem e o artista.
“Não há uma vez que vejo o Frank e não vejo nele cultura (…) De tudo o que já foi dito sobre Frank, queria enaltecer três aspetos: a autenticidade, simplicidade e respeito. Essa homenagem e projeto foi um casamento perfeito, além de mostrar ao povo que se deve homenagear pessoas”, afirmou Cláudio Mendonça.
O espaço vai permitir valorizar ainda mais o seu trabalho, segundo a vereadora da Cultura, Nádia Santos, que destacou a relação de proximidade do pelouro com o homenageado e o “ser especial” e uma referência que transmite conhecimentos e valoriza a cultura.
Por isso, indicou a autarquia “abraçou” a iniciativa e decidiu “fazer algo mais profundo” associado ao projecto de homenagem, que foi a remodelação do ateliê de Frank d’Stancha, para que continue a levar Boa Vista a todos os cantos.
O mentor do projecto Homenagem em Vida, da Associação Terra D’Soded, Carlos Lopes, explicou que o objetivo é destacar e eternizar personalidades marcantes do país, através de pinturas de mural, produção de um documentário dos homenageados, para partilhar suas histórias e memórias.
Das 16 figuras já homenageadas, Frank d’Stancha é o primeiro fora da ilha de Santo Antão.
João Brito, emocionado, afirmou que a homenagem foi de uma “grandeza que não tem preço”, por haver pessoas que se deslocaram de Santo Antão e de todos os povoados da ilha da para o homenagear, pelo que agradeceu a todos.
“Frank” ou o “Homem de mil Ofícios” como também ficou conhecido a nível nacional depois de uma reportagem, nasceu a 12 de Maio de 1952.
De entre os seus vários ofícios estão carpinteiro, barbeiro e professor de música, e, há alguns anos, já aposentado da profissão de pedreiro/mestre de obra, dedica-se inteiramente à cestaria e à música.
Com quase seis décadas dedicando-se à arte da cestaria, dos seus trabalhos fazem parte chapéus, cestos e balaios confeccionados com folhas de tamareira e ervatão, utilizando a técnica de costura e trança.
É presença assídua nas feiras locais e nacionais, das quais acumula alguns reconhecimentos.
MGL/AA
Inforpress/Fim
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