
Cidade da Praia, 18 Nov (Inforpress) - A Federação Cabo-verdiana de Basquetebol (FCBB) contestou hoje a decisão do Instituto do Desporto e da Juventude (IDJ) que reconheceu a comissão de gestão, questionou a legalidade da assembleia de 1 de Novembro e reafirmou confiança nos tribunais.
Na segunda-feira, 17, o IDJ reconheceu a comissão de gestão da FCBB, liderada por José Semedo, considerando-a legalmente constituída em Assembleia-Geral Extraordinária de 01 de Novembro.
O IDJ afirmou que até decisão judicial contrária esta comissão representa o basquetebol nacional.
Contudo, em declarações hoje à Inforpress, o presidente da FCBB, Hélder Gonçalves, entretanto destituído nessa assembleia-geral, reiterou que a intervenção do IDJ carece de legitimidade.
Disse ainda que os estatutos da FCBB impedem qualquer interferência do Estado nos processos internos da federação.
O responsável recordou o artigo 5.º dos estatutos, que define a independência da entidade perante órgãos governamentais, tendo afirmado que todo o processo iniciado em Outubro ocorreu “de forma ilegal”.
Explicou que a Assembleia-Geral realizada a 01 de Novembro violou o prazo mínimo de convocatória, que deve ser de 30 dias, e contou com “representantes não reconhecidos” de várias associações regionais.
“Uma assembleia não pode ser convocada com menos de 30 dias de antecedência”, frisou.
Hélder Gonçalves declarou que apenas a associação do Sal estava legitimada para participar na reunião.
Gonçalves afirmou que nenhuma das restantes associações tinha representantes credenciados, o que, segundo ele, invalida as deliberações.
Assegurou que a direcção manterá a sua posição até ao fim do processo judicial e confirmou que o recurso deu entrada no Tribunal de Praia no início de Novembro , pelo que confia numa decisão dentro de “dois meses ou menos”.
A federação insiste que a legislação desportiva nacional não prevê comissões de gestão para as federações e classificou a actuação do IDJ como um “precedente gravíssimo”.
Sobre os próximos passos, Hélder Gonçalves asseverou que a direcção continua a executar o seu plano de trabalho de forma reduzida, enquanto aguarda a sentença.
O responsável disse ainda que a prioridade passa pela organização interna da modalidade e sublinhou que o basquetebol nacional enfrenta lacunas estruturais, desde formações de arbitragem a programas para dirigentes, defendendo que a federação não pode centrar a atenção apenas na selecção.
Em relação aos dois selecionadores anunciados na última sexta-feira, 14, um pela federação e outro pela comissão, que reconduziu Mané Trovoada ao cargo de seleccionador nacional, o dirigente afirmou que a situação só ficará definida após a decisão do tribunal.
Hélder Gonçalves frisou que a direcção está em contacto permanente com a FIBA e que qualquer consequência internacional resultará das “decisões ilegais tomadas” por terceiros.
Da mesma forma, a Inforpress entrou em contacto com o presidente da comissão de gestão, José Semedo, que prometeu posicionar-se sobre o assunto brevemente.
KF/SR//AA
Inforpress/Fim
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