Cidade da Praia, 14 Mai (Inforpress) – O presidente da AACPP, Samora Barros, afirmou hoje que com o arranque do projecto de venda à lota, previsto para este ano, será garantido o fornecimento contínuo do pescado e estabilização de preços no mercado.
Samora Barros que falava à imprensa à margem da visita que o Chefe do Governo efectuou ao complexo de pesca da Praia, adiantou que de acordo com informações do ministério do Mar, o concurso público será lançado até ao final deste mês e que a obra deverá ser executada até ao fim do ano.
Este responsável da Associação de Armadores do Cais de Pesca da Praia (AACPP) revelou que está tudo encaminhado para que o projecto da lota e do novo mercado de peixe, localizado na zona de Lém Ferreira, avance ainda em 2025.
Destacou que a construção da lota representa uma mais-valia para os armadores da Praia, uma vez que permitirá a entrega imediata do pescado, libertando assim os profissionais da constante preocupação com a venda directa e os atrasos nos pagamentos.
“Com uma lota, há fornecimento contínuo, há estrutura de frio e conservação, o que estabiliza o preço do pescado no mercado por si só”, afirmou, assegurando que o novo sistema permitirá a criação de um circuito de fornecimento mais eficiente e contínuo, beneficiando pescadores, comerciantes e consumidores.
O presidente da associação alertou ainda para o impacto directo das alterações climáticas na actividade pesqueira, preocupação essa que foi partilhada com o primeiro-ministro.
“No início deste ano estivemos cerca de três meses sem sair ao mar devido ao vento”, indicou, sublinhando a necessidade de apoio governamental durante os períodos de defeso, que podem ultrapassar dois meses sem actividade e comprometer o meio de subsistência das famílias.
Outra reivindicação, segundo Samora Barros, é a construção urgente de um arrastador na ilha de Santiago.
“Temos investido em grandes embarcações, mas enfrentamos dificuldades na manutenção porque não temos um arrastador aqui em Santiago, ilha com o maior número de embarcações de pesca”, referiu.
Apesar de reconhecer que o actual cais tem respondido às necessidades da ilha, admitiu que os desafios têm aumentado com o crescente número de embarcações provenientes de outras ilhas, exigindo investimentos contínuos para garantir condições adequadas para todos.
Para finalizar, reforçou que a construção de um mercado de peixe é também uma prioridade absoluta, já que, actualmente, Santiago carece de uma infra-estrutura adequada para a comercialização do pescado, essencial para dinamizar o sector e melhorar as condições de vida dos profissionais ligados à pesca.
AV/HF
Inforpress/Fim
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