Santa Cruz: Chuvas atípicas renovam campos mas barragem de Poilão mantém nível crítico

Pedra Badejo, 08 Dez (Inforpress) – As chuvas atípicas que assolaram Cabo Verde em Novembro e início de Dezembro renovaram campos em Santa Cruz, mas a Barragem de Poilão não recebeu água suficiente, mantendo agricultores preocupados com o abastecimento para os próximos meses.

Apesar das fortes precipitações registadas em várias zonas de Santa Cruz, o município não dispõe de barragem própria, dependendo quase exclusivamente da água armazenada na Barragem de Poilão, situada em São Lourenço dos Órgãos, região onde choveu menos, impedindo a recarga do reservatório.

Em conversa com Inforpress, o agricultor Carlos Tavares explicou que a falta de escoamento na ribeira que alimenta a barragem levou os agricultores de Ribeira Seca a continuarem a trabalhar apenas com as reservas acumuladas nos anos anteriores, cuja durabilidade é incerta.

O receio é de que, caso o nível baixe significativamente, a água não seja suficiente para manter os cultivos até ao próximo ano agrícola.

Embora as chuvas tenham trazido benefícios visíveis, como o reaparecimento de nascentes e a recuperação de áreas de sequeiro, também provocaram perdas em diversas culturas, com alguns produtores a registarem estragos significativos.

A ausência de furos suficientes como alternativa de abastecimento agrava ainda mais a vulnerabilidade das zonas irrigadas por Poilão.

A situação é acompanhada por outros desafios, como o aumento do custo da mão-de-obra agrícola e a escassez de trabalhadores disponíveis, dificultando a recuperação das áreas afectadas e a preparação dos campos para o próximo ciclo.

Ainda assim, em Santa Cruz, onde as chuvas foram mais generosas, há sinais de recuperação, sobretudo no cultivo de feijão, que nos últimos anos tinha sido limitado pela irregularidade das precipitações.

Os campos voltaram a ficar verdes e há boas expectativas para a produção deste ano.

Agricultores defendem que um reforço no apoio técnico e na disponibilização de máquinas agrícolas poderia acelerar a reabilitação das zonas afectadas e reduzir o impacto das perdas registadas.

DV/JMV

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