
Ribeira Brava, 18 Nov (Inforpress) – O presidente da Assembleia Nacional destacou hoje o novo complexo de pesca do Tarrafal de São Nicolau como exemplo de jovens empreendedores, dinâmicos, que amam a sua ilha e acreditam no futuro.
Em visita ao complexo de pesca, o responsável sublinhou que o projecto, idealizado e dinamizado por jovens da ilha, demonstra “uma enorme vontade de fazer para a sua terra” e deve servir de inspiração para outros pontos do país.
Apesar dos desafios conhecidos, sobretudo ao nível dos transportes, o PAN destacou o “optimismo” e a “capacidade de superação” que encontrou na juventude local.
“O futuro de cada ilha, de cada concelho dependerá muito das pessoas que vivem e que amam a ilha ou o concelho. Este é um exemplo muito claro de jovens empreendedores, jovens dinâmicos, jovens que amam a sua ilha e que acreditam no futuro”, declarou.
O complexo, que integra câmaras de conservação e tratamento de pescado, deverá impulsionar significativamente o sector das pescas e dinamizar um verdadeiro “cluster” económico na ilha.
Segundo o presidente, os impactos estender-se-ão a outras áreas, como agricultura, restauração e comércio, criando um efeito multiplicador na economia local.
O responsável destacou ainda o papel da fabrica SUCLA, empresa de conserva de pescado instalada em São Nicolau, que mantém produção para o mercado interno e também para exportação, incluindo cerca de seis mil toneladas por ano para os Estados Unidos.
O presidente sublinhou que o novo complexo funcionará como suporte para a indústria do pescado e para a conservação de produtos agrícolas, reforçando que a infraestrutura representa “um passo decisivo para catapultar a economia da ilha e contribuir para o desenvolvimento de todo o país”.
Por sua vez, Felisberto Ramos, administrador financeiro do projecto do complexo de pesca do Tarrafal avançou que deverá iniciar a sua primeira fase de operações em Janeiro, dedicada ao congelamento de pescado.
Já a segunda etapa integrará novos serviços de investigação do pescado e uma zona de lota, reforçando a capacidade técnica e logística do complexo.
O responsável sublinhou que o complexo já está a gerar impacto positivo, garantindo mais gelo para embarcações, melhor conservação do peixe enviado para outras ilhas e apoio adicional às peixeiras.
A infraestrutura também irá no futuro beneficiar agricultores, que passarão a dispor de um local adequado para armazenar produtos perecíveis quando surgirem dificuldades de transporte inter-ilhas.
Apesar dos avanços, Felisberto Ramos reconhece que o projecto tem enfrentado desafios significativos, sobretudo ao nível do transporte marítimo de materiais.
“Às vezes pagamos mais caro para trazer uma carga de São Vicente para São Nicolau do que da Europa até ao país. Às vezes temos dificuldades em trazer um atrelado para São Nicolau e enviamos de volta vazio, temos de pagar cerca de 40% do custo para o enviar de volta”, lamentou.
Essas dificuldades têm provocado atrasos e aumento dos custos globais do empreendimento, maioritariamente financiado por investidores privados. Ainda assim, a expectativa é que a inauguração aconteça o mais brevemente possível, permitindo que o complexo comece a gerar receitas e impulsione de forma decisiva o setor das pescas na ilha.
WM/JMV
Inforpress/Fim
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