OMS anuncia eliminação do sarampo e rubéola em Cabo Verde, Maurícias e Seicheles

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OMS anuncia eliminação do sarampo e rubéola em Cabo Verde, Maurícias e Seicheles
17/11/25 - 10:18 am

Cidade da Praia, 17 Nov (Inforpress) – Cabo Verde foi hoje oficialmente certificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como tendo eliminado o sarampo e a rubéola, juntando-se a Maurícias e Seychelles como os primeiros países subsaarianos a alcançar este “marco histórico”.

O anúncio foi feito pelo director regional da OMS para a África, Mohamed Janabi, em conferência de imprensa internacional realizada em formato híbrido, a partir de Brazzaville (República Democrática do Congo).

De acordo com a OMS, os três países passam a integrar o grupo de 94 e 133 nações que já eliminaram, respectivamente, o sarampo e a rubéola no mundo.

A certificação surge após a recomendação da Comissão Regional de Verificação para a Eliminação do Sarampo e da Rubéola, reunida em Joanesburgo em outubro de 2025, que confirmou que Cabo Verde, Maurícias e Seychelles interromperam a transmissão endêmica dos dois vírus por mais de 36 meses, mantendo sistemas de vigilância robustos e capazes de detectar e conter rapidamente eventuais casos importados.

Mohamed Janabi classificou o feito como “uma grande conquista em saúde pública”, felicitando os três pequenos Estados insulares.

“Isso mostra o que é possível quando os países priorizam a prevenção e tornam as vacinas uma prioridade. Devemos aproveitar este sucesso para que todas as crianças na África possam crescer saudáveis e protegidas”, afirmou.

Por seu lado, o ministro da Saúde, Jorge Figueiredo, sublinhou que a certificação representa “um orgulho para o país”, mas lembrou que, devido à forte mobilidade internacional, o risco de reintrodução das doenças é permanente.

“Cabo Verde é um país totalmente aberto. Recebemos em média 1,2 milhões turistas por ano, quase duas vezes e meia a nossa população residente. Recebemos cidadãos de várias partes do continente africano e circulamos pelo mundo. O perigo de reentrada da rubéola e do sarampo é sempre presente”, alertou.

O governante explicou que o país mantém um sistema preparado para identificar rapidamente casos suspeitos e prevenir a circulação dos vírus, tal como acontece com a vigilância dos poliovírus.

Questionado sobre a necessidade de reforço de recursos após a nova certificação, Jorge Figueiredo garantiu que a vacinação tem sido uma prioridade constante.

“Desde 1998, Cabo Verde assumiu que adquire, com recursos próprios, todo o conjunto de vacinas. Nos últimos anos, temos alargado o leque de vacinas disponíveis. A HPV, que evita o surgimento do câncer do colo do útero e da próstata, já está a ser aplicada.

 A hepatite B, extremamente importante para a saúde pública, também faz parte do nosso calendário”, assinalou.

Para 2026, o ministro adiantou que o orçamento da Saúde terá um aumento significativo.

“Há um acréscimo de quase um milhão de contos. Passamos de 10% para 11,1% no Orçamento Geral do Estado. Isto é importante para dar maior dignidade aos recursos humanos, melhorar as condições de trabalho e mobilizar melhor os profissionais para os desafios”, destacou.

Jorge Figueiredo acrescentou que, apesar dos avanços no combate às doenças evitáveis por vacinação, as doenças não transmissíveis, como hipertensão, diabetes e vários tipos de cancro, continuarão a exigir maior investimento do sistema de saúde, nomeadamente em equipamentos e formação especializada.

TC/AA

Inforpress/Fim

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