
Cidade da Praia, 13 Nov (Inforpress) – A presidente da Assembleia Municipal da Praia, Clara Marques, classificou hoje que a homenagem ao primeiro comandante das Forças Armadas, Honório Chantre Fortes, é um dever cívico e de reconhecimento a todos os combatentes da liberdade da Pátria.
Durante a cerimónia de homenagem póstuma realizada no Paços do Concelho da Praia, Clara Marques evidenciou que o acto simboliza o respeito e a gratidão do município da capital a “um filho ilustre” de Santo Antão que dedicou a sua vida à causa nacional, tanto antes como depois da Independência, o que contribuiu para a construção de Cabo Verde como um Estado de Direito Democrático.
A presidente sublinhou que o legado do homenageado e de todos os combatentes deve servir de inspiração às novas gerações, incentivando os jovens a seguirem o exemplo de coragem, compromisso e dedicação ao país.
“É indispensável que os cabo-verdianos tenham consciência da importância dos actos heroicos que o país teve desde a sua génese, pois, trata-se de um desafio histórico”, acrescentou, defendendo que o País deve abraçá-lo com orgulho, coragem e esperança.
Clara Marques lembrou que Cabo Verde alcançou grandes conquistas graças à resiliência e à determinação dos seus heróis nacionais, defendendo que o país deve continuar a afirmar-se com base nos valores da união, solidariedade, paz e justiça social.
“Nos 50 anos da nossa independência, é um reconhecimento justo homenagear o combatente Honório Chantre, por ter sido um dos vencedores dessa luta e que contribuiu não só para termos um país livre, mas também para o desenvolvimento e o progresso desta pátria”, destacou, avançando que o exemplo desses heróis “deve ser estudado e conhecido pelas novas gerações”.
A autarca concluiu exortando à valorização do legado histórico de Cabo Verde e à necessidade de fortalecer o Estado de Direito Democrático com cidadãos dotados de espírito de missão e profissionalismo, capazes de contribuir para um país eficazmente estruturado e orientado para o progresso.
A viúva de Honório Chantre Fortes, Josefina Chantre Fortes, explicou que esta homenagem integra um projecto iniciado em 2023, com o propósito de celebrar o legado do seu falecido marido e de todos os combatentes que contribuíram para a libertação da Guiné e Cabo Verde.
“Montei o projecto com a intenção de homenagear o meu falecido marido, que fez há 18 de julho cinco anos que ele faleceu, mas não somente ele. Também levantar o véu sobre todos aqueles que participaram, de uma maneira ou de outra, para a libertação da Guiné e Cabo Verde”, disse.
A promotora da iniciativa realçou ainda que o projecto conta com três momentos principais, sendo o primeiro realizado na ilha das montanhas, o segundo agora na Cidade da Praia, e o terceiro a decorrer na Guiné-Bissau, como forma de reforçar os laços históricos entre os dois países.
“É um privilégio (…) chegar onde eu cheguei. No quadro dos 50 anos de independência nacional, a câmara fez-me o desafio, portanto, estamos aqui a fazer um replay”, esclareceu Josefina Chantre Fortes, apelando ao Governo, investigadores e às universidades a falar da história dos combatentes.
O primeiro comandante Honório Chantre Fortes assumiu ao longo da primeira República importantes funções na estrutura do Estado de Cabo Verde, destacando-se as de primeiro comandante, ministro da Defesa Nacional, deputado Nacional pelo Círculo Eleitoral da Ribeira Grande de Santo Antão entre 1986 a 1991, nas Ill e V Legislaturas e vice-presidente da Assembleia Nacional Popular.
Recebeu as condecorações de primeiro Grau da Medalha de Ordem "Amílcar Cabral" pelo seu destacado papel na Luta da Libertação da Guiné e Cabo Verde e por ter sido um dos fundadores das Forças Armada de Cabo Verde foi condecorado com medalha da primeira classe das Forças Armadas.
LT/JMV
Inforpress/Fim
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