Director da RCV demarca-se do comunicado do Conselho de Redacção da TCV e RCV

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Director da RCV demarca-se do comunicado do Conselho de Redacção da TCV e RCV
10/11/25 - 01:13 pm

Cidade da Praia, 10 Nov (Inforpress) – O director da Rádio de Cabo Verde (RCV), Marcos Fonseca, demarcou-se hoje do comunicado emitido recentemente pelo Conselho de Redacção da TCV e RCV, classificando-o como “sem valor” alegando que não foi convocado para a reunião que o gerou.

Em entrevista à Inforpress, a propósito da nota que manifestava solidariedade à directora da Televisão de Cabo Verde (TCV), Bernardina [Dina] Ferreira, que solicitava a anulação de decisões tomadas “sem validação dos órgãos competentes”, Marcos Fonseca defendeu que o documento não representa a posição da instituição.

O director da RCV esclareceu que a sua função, conforme estabelece o artigo 24 da Lei da Comunicação Social, é presidir o Conselho de Redacção.

Marcos Fonseca salientou que a sua ausência na reunião anula qualquer decisão que pretenda representar oficialmente a RCV, alegando que não teve conhecimento do encontro e só obteve informações através das redes sociais.

O director da RCV repudiou a decisão, classificando-a como “grave” por representar o Conselho de Redacção sem a presença do seu director, o que, segundo ele, viola as normas internas.

“Passaram por cima das funções de quem preside, que é o director”, repudiou, defendendo que o processo disciplinar com Bernardina Ferreira é um processo interno e um “trâmite normal” em qualquer instituição.

Marcos Fonseca esclareceu que, se os membros pretendessem manifestar opiniões, deveriam ter optado por um abaixo-assinado, em vez de falarem em nome do Conselho.

Questionado sobre o impacto desta divergência na imagem da organização, o director respondeu que a direcção da RCV “não está envolvida e não tem um processo disciplinar”, e que se há um problema na Televisão de Cabo Verde “eles que se resolvam”.

No entanto, Marcos Fonseca enfatizou que a situação gera confusão sobre a legitimidade das decisões internas, podendo afetar a credibilidade institucional e de toda a classe.

“Em muitos momentos foram feitas peças com imprecisões, deturparam informações para construir uma narrativa, e o mais triste é que algumas dessas pessoas que fizeram isso eram pessoas que estavam na linha da frente da vigília”, pontuou.

Para o director, os profissionais não souberam separar o jornalismo do interesse pessoal, pondo em causa os pilares de credibilidade e imparcialidade.

“Eu proponho que as instituições actuem, porque há instituições para fiscalizar o cumprimento das normas do jornalismo. Então que essas instituições actuam, onde foi violado essa questão de imparcialidade”, concluiu.

Os Conselhos de Redacção da TCV e RCV haviam emitido uma nota de imprensa no sábado, dia 08, reafirmando a solidariedade com a Direcção da TCV e solicitando a anulação das decisões tomadas sem validação dos órgãos competentes.

O Conselho defendia ainda o apuramento de responsabilidades por impactos institucionais e financeiros e a necessidade do respeito pela autonomia editorial.

LT/CP

Inforpress/Fim

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