COP30: Cabo Verde defende financiamento climático destinado aos pequenos países insulares

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  COP30: Cabo Verde defende financiamento climático destinado aos pequenos países insulares
07/11/25 - 06:42 pm

Belém, 06 Nov  (Inforpress) – O ministro da Agricultura e Ambiente de Cabo Verde defendeu hoje que o financiamento climático deve ser destinado às “pequenas economias insulares com baixa emissão”.

“Defendemos que, nos critérios de acesso, seja considerado o Índice Multidimensional de Vulnerabilidade (MVI), para que pequenas economias insulares com baixa emissão, mas alta exposição aos riscos e efeitos das mudanças climáticas, possam melhor usufruir do financiamento global”, frisou Gilberto Silva, durante a sua intervenção na sessão plenária da cimeira de líderes que antecede a 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), de 10 a 21 de novembro, também em Belém.

O responsável cabo-verdiano referiu-se assim ao financiamento de 300 mil milhões de dólares por ano até 2035 prometido pelos países desenvolvidos na COP anterior, em Baku.

“Cada dólar chega mais longe, quando colocado lá onde o risco é maior e as capacidades são mais limitadas. Só assim poderemos reduzir ou eliminar a lacuna entre promessas e resultados”, justificou Alexandre Monteiro.

No início do seu discurso, o ministro cabo-verdiano recordou que o país, é altamente vulnerável às alterações climáticas e enfrenta cada vez mais eventos climáticos extremos como tempestades, secas, inundações, erosão costeira e intrusão salina, “que afetam pessoas, infraestruturas e meios de subsistência”.

A Cimeira do Clima convocada pelo Brasil, que antecede a 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), reúne delegações de 143 países, das quais pouco mais de um terço serão chefiadas pelos respetivos líderes nacionais, com a ausência confirmada dos três líderes dos países mais poluidores do mundo - China, Estados Unidos e Índia.

Entre os líderes que confirmaram publicamente a sua presença estão o Presidente francês, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro português, Luís Montenegro.

A agenda da Cimeira do Clima inclui a Plenária Geral dos Líderes, com discursos de chefes de Estado e representantes de organismos internacionais, além de sessões temáticas presididas por Lula da Silva dedicadas aos temas Clima e Natureza, Florestas e Oceanos, Transição Energética e Dez anos do Acordo de Paris: NDC e Financiamento.

Foi ainda hoje lançando por Lula da Silva um fundo internacional que pretende transformar a conservação das florestas tropicais numa estratégia financeira global.

O anúncio foi feito durante um almoço oferecido aos representantes das nações que se comprometeram a investir no mecanismo, no âmbito da reunião de líderes da conferência climática COP30.

Pouco antes da apresentação formal do fundo, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou que Portugal vai contribuir com um milhão de euros.

"Decidimos integrar os países fundadores deste movimento que vai criar o fundo para a proteção da floresta tropical. Vamos dar uma contribuição financeira de um milhão de euros para este arranque", frisou o primeiro-ministro, à margem do primeiro dia da cimeira de líderes.

O Governo brasileiro pretende apresentar-se em Belém como um líder da agenda climática, graças ao combate à desflorestação na Amazónia, mas várias organizações não-governamentais têm criticado a aposta contínua na extração de petróleo numa zona tão sensível como a costa amazónica e apresentaram uma ação na Justiça brasileira para anular a licença de pesquisa de petróleo à Petrobras numa área próxima da foz do Amazonas.

 Inforpress/Lusa/Fim

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