Porto Inglês, 02 Out (Inforpress) – As ações de preservação ambiental desenvolvidas pela Fundação Maio Biodiversidade (FMB) têm contribuído para gerar rendimentos nas comunidades e apoiar famílias da ilha, promovendo um desenvolvimento equilibrado entre a natureza e as pessoas na Reserva Mundial da Biosfera.
A casa de Matilde dos Reis, conhecida por Ricardina, na localidade de Morrinho, tornou-se um exemplo de como a preservação ambiental pode criar oportunidades económicas.
Desde 2014, recebe turistas e voluntários através do programa Home Stay, experiência que lhe assegura algum rendimento e reforça o compromisso da comunidade com a conservação da natureza.
“Comecei por receber voluntários aqui em casa. Depois passei a servir refeições e tenho um quarto e uma casa de banho para quem quiser dormir. Tem sido uma experiência enriquecedora trabalhar com pessoas preocupadas com o ambiente na ilha”, contou.
Ricardina é apenas uma das 20 famílias da ilha do Maio que integram o programa Home Stay, iniciativa da Fundação Maio Biodiversidade que alia conservação à geração de rendimentos.
De acordo com a diretora da FMB, Janette Agues, desde que as famílias começaram a acolher voluntários em casa, o índice de captura de tartarugas marinhas reduziu de 40% para apenas 2%.
A responsável destacou que o projecto ampliou as fontes de rendimento das famílias, mas reconheceu a necessidade de elaborar um plano de gestão e comunicação que garanta maior sustentabilidade às iniciativas, ainda muito dependentes das épocas de conservação.
Além do turismo de habitação, Janette Agues salientou outras iniciativas da fundação com impacto económico directo, como o programa de conservação das tartarugas marinhas, que envolve líderes comunitários, monitores e condutores locais.
O programa das áreas protegidas tem igualmente gerado rendimento a famílias da comunidade de Morrinho, através da produção de plantas nativas e endémicas para a restauração de ecossistemas degradados e da remoção de espécies invasoras, como a acácia.
Está ainda em curso a criação de uma unidade de transformação de doces e licores, iniciativa que pretende diversificar as oportunidades de geração de rendimento na ilha.
Segundo Janette Agues, cerca de duas mil pessoas beneficiam anualmente das iniciativas da fundação, entre actividades geradoras de rendimento e projetos de educação ambiental.
Para a responsável, “o desenvolvimento do Maio tem sido orientado por acções ambientais que unem o valor ecológico da ilha à cultura e vivência das comunidades”.
Classificada como Reserva Mundial da Biosfera desde 2020, a ilha do Maio tem procurado conciliar a proteção do seu património natural com o desenvolvimento social e económico das famílias locais.
RL/JMV
Inforpress/fim
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