São Vicente/Chuvas: Complexo Rozar acolheu hoje as primeiras 36 famílias realojadas

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São Vicente/Chuvas: Complexo Rozar acolheu hoje as primeiras 36 famílias realojadas
02/09/25 - 09:40 pm

Mindelo, 02 Set (Inforpress) - O Complexo Rozar, em Ribeira de Julião, recebeu hoje as primeiras 36 famílias de um total de 73 que vão ser realojadas em “condições de dignidade e comodidade”, garantiu o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.

O chefe do Governo visitou o aldeamento no quadro da sua deslocação à São Vicente para tomada de pulso das acções implementadas no terreno desde 11 de Agosto, dia da passagem da tempestade Erin, que abalou São Vicente e provocou a morte de nove pessoas.

As primeiras 36 famílias encontravam-se em centros de acolhimento, devido à perda ou a situações de risco nas suas casas, e agora habitam o complexo com “uma diferença habitacional enorme”, sublinhou Ulisses Correia e Silva,  com ênfase que foram retiradas de casas de lata e instaladas em moradias com dois quartos e mobiliados com cama, fogão, frigorífico, água e electricidade. 

“O acontecimento está a ter respostas, não somente por ter provocado perdas humanas e pessoas desaparecidas, mas para que seja o momento de fazermos reconstruções, com forte prioridade na questão de habitação”, ressaltou o chefe do Governo, para quem é preciso um “forte pacto social” nesta matéria.

Questionado sobre a situação dos moradores do assentamento espontâneo da zona do Iraque, que deveriam ser os principais beneficiados do aldeamento Rozar, Ulisses Correia Silva garantiu que vão ser lhes dado outras casas ainda em construção na mesma zona, no mesmo perímetro onde podem ser realizadas outras construções.

O complexo deve receber ainda no dia 15 mais 14 famílias das pessoas desalojadas e restantes até o final do mês.

A garantia de uma habitação, que para Leidy Laura Delgado representa o retirar de “um peso das costas” depois de ter passado pelo sufoco de quase ter morrido na sua casa, em Bela Vista, juntamente com os três filhos. 

Agora a residir em Ribeira de Julião, espera ver resolvida a situação de transporte do local para que os filhos possam estudar na escola em Bela Vista e que ela mesma possa continuar a fazer a sua formação à noite na cidade.

Elísio António dos Santos também agradeceu a oportunidade de ter um novo lar, quando no dia 11 de Agosto viu a morte de perto, juntamente com a sua família, na casa onde morava em Espia- Cabo da Ribeira. 

Falta agora, segundo a mesma fonte, ver esclarecida a situação de transporte e do contrato das casas, porque, como disse, não lhe foi dado a oportunidade de ler as condições e quanto deverá pagar depois de um ano de isenção da renda.

Além das visitas às famílias, Ulisses Correia e Silva deslocou-se hoje à Avenida 12 de Setembro e à Praça Estrela com paragens em vários pequenos negócios afectados.

Os estragos por toda a ilha de São Vicente provocados pela passagem da tempestade Erin fizeram o Governo declarar situação de calamidade por seis meses em São Vicente, mas também em Porto Novo (Santo Antão) e nos dois concelhos de São Nicolau.

Além disso, foi anunciado um plano estratégico de resposta que contempla apoios de emergência às famílias, mas também às actividades económicas, com linhas de crédito com juros bonificados e verbas a fundo perdido, justificando a decisão com o "quadro dramático, excecional".

O Governo utilizará os recursos do Fundo Nacional de Emergência, criado em 2019 para responder a situações de catástrofes naturais ou impacto de choques económicos externos.

LN/JMV

Inforpress/Fim

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