Espargos, 21 Ago (Inforpress) - O escritor guineense João Into Cabi lançou hoje, no Sal, dois livros, "O Meu Espelho" e "Mininu de Criason", obras que abordam a identidade e o papel da mulher na sociedade e a importância da educação.
O evento de lançamento, que aconteceu na cidade de Espargos, contou com a apresentação dos escritores Francisco Tomar e Júlio Rendall.
Ao falar sobre "O Meu Espelho", um livro de poesia, João Into Cabi revelou que a obra é um reflexo de sua identidade e sua pátria, que ele define como a nação que Amílcar Cabral libertou: Guiné-Bissau e Cabo Verde.
O autor expressou seu “orgulho e emoção” por estar em Cabo Verde, o que o inspirou a fazer uma alteração de última hora em um de seus poemas, originalmente dedicado a Amílcar Cabral.
"Cheguei aqui, encontrei olhares, sorrisos. Isso para mim é uma inspiração, por isso tive de mexer no poema e dediquei-o à ilha do Sal e a todo o povo de Cabo Verde", disse Cabi.
O autor explicou ainda que escolheu a ilha do Sal para o lançamento por ser um sonho antigo e uma oportunidade de buscar "bibliotecas humanas" para preservar as ideias e os sonhos de Cabral, que ele sente que ainda estão por ser plenamente realizados.
A segunda obra, "Mininu de Criason", que se traduz como "menino educado", é uma homenagem profunda ao papel crucial da mulher, em particular a mulher guineense, na educação e no desenvolvimento da sociedade.
O autor descreveu o livro como uma autobiografia, na qual compartilha sua experiência pessoal e os ensinamentos que recebeu de sua mãe.
"A mulher guineense não se entrega à fome para desviar a atenção de cuidar do seu filho", destacou o autor.
Ressaltou o papel da mulher como a base da família e da sociedade, “responsável por educar, ensinar a religião e a cultura”.
O livro, segundo o mesmo, é um apelo à valorização e respeito às mulheres, “especialmente em uma era em que a educação moral está em declínio”.
João Into Cabi também usou sua própria história de superação para inspirar os jovens. Nascido em uma "aldeia escura, sem nada", desafia a ideia de que “aqueles que vêm do campo estão destinados à pobreza”.
Embora tenha outros livros escritos, a sua publicação tem sido dificultada por questões financeiras.
No entanto, concluiu que se mantém otimista e determinado a continuar a partilhar as suas experiências e a sua inspiração na história dos líderes fundadores da nação guineense, que considera como suas maiores referências.
NA/JMV
Inforpress/Fim
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