Cidade da Praia, 18 Ago (Inforpress) – Os moradores das zonas de Suspensão em Terra Branca e Jamaica, na cidade da Praia, manifestaram hoje preocupações com as suas casas construídas em ribeiras e encostas, temendo que as chuvas intensas possam provocar cheias e deslizamentos.
Em declarações à Inforpress, os moradores afirmaram que muitas dessas casas foram erguidas de forma clandestina e que o maior receio é que a água invada as habitações, destruindo bens e colocando vidas em risco.
“Quando chove, não consigo dormir. Fico acordado com medo da chuva levar a casa”, disse Elias Pires, morador da zona de Suspensão, em Terra Branca, descrevendo a sensação de impotência ao ver a água escorrer pelas encostas e ribeiras próximas, especialmente em períodos de chuvas fortes.
Por seu lado, Kennedy Gomes, residente na zona da Jamaica, afirmou que, embora a água nunca tenha invadido sua casa, o medo permanece, uma vez que sempre que chove, a cheia dificulta circulação dentro da zona, aumenta o risco de doenças, o que lhe preocupa não só pela sua segurança, mas também a de outras pessoas que vivem ali.
Apesar disso, estes moradores reconheceram que sempre souberam dos riscos que poderiam enfrentar, mas afirmam que a construção foi feita por necessidade.
“Sabemos dos riscos que enfrentamos, mas não tínhamos alternativa. Construímos nossas casas por necessidade. Vivemos com medo, mas não podemos simplesmente deixar o lugar onde moramos”, afirma José Manuel.
Diante do cenário, os moradores apelam à intervenção da Câmara Municipal da Praia, solicitando a construção de muros de contenção, canais ou outras infraestruturas que possam desviar o curso das águas e proteger as habitações.
Em diversas áreas da cidade, é possível ver casas erguidas em locais de difícil acesso, sem estradas pavimentadas ou sistemas de esgoto adequados. As habitações, muitas vezes construídas por etapas e com materiais improvisados, ficam expostas ao perigo das enxurradas, aumentando o receio de inundações e danos materiais.
Moradores relatam que, além do perigo imediato, a falta de infraestrutura aumenta a vulnerabilidade da população, dificultando a mobilidade, acesso a serviços básicos e a prevenção de doenças transmitidas pela água.
DV/SR/JMV
Inforpress/fim
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