Bissau, 17 Jul (Inforpress) – A Guiné-Bissau, que assume agora a presidência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), prometeu uma organização de acção e rejeitou a ideia de que a instabilidade política no país possa afectar os dois anos de mandato.
“A nossa presidência não será apenas de palavras. Será de acção concreta, de escuta activa”, garantiu o ministro dos Negócios Estrangeiros do país africano no final do Conselho de Ministros da CPLP.
Questionado sobre se o facto de o parlamento não funcionar desde Dezembro de 2023, data em que foi dissolvido pelo Presidente, Umaro Sissoco Embalo, Carlos Pinto Pereira começou por dizer que não mereciam resposta as acusações de que a instabilidade política pode afectar a presidência da CPLP, e acabou a afirmar que “tudo está a decorrer com toda a normalidade”.
“E estamos convencidos de que assim vá continuar”, acrescentou.
“De facto, sabemos que há pessoas ou organizações que possam estar interessadas ou que poderiam estar interessadas em criar alguma turbulência em torno desta organização, mas, como podem ver, ela está impecável, está a correr da melhor maneira”, assegurou o chefe da diplomacia guineense.
O governante preferiu expressar a convicção de que a partir de hoje teve início um “novo ciclo de ambição e ação e de compromisso renovado no seio da comunidade” dos países lusófonos e valorizou o facto de a Guiné-Bissau assumir a presidência “num momento em que o mundo clama por mais solidariedade, mais justiça e mais ação coletiva”.
“Temos os ingredientes necessários e suficientes para termos resultados positivos e darmos um exemplo ao mundo de como é que deve funcionar o multilateralismo, como deve funcionar a solidariedade”, garantiu, destacando o facto de o país ter assumido uma “grande ambição” quando propôs o tema da soberania alimentar no quadro da CPLP, defendendo-o como um caminho para o desenvolvimento sustentável”.
Carlos Pinto Pereira prometeu ainda uma presidência de “escuta e de ação”, apostada “na cooperação sul-sul, na inovação local e no envolvimento ativo da sociedade civil, das universidades, do setor privado e das comunidades locais”.
“Assumimos o compromisso de fazer da língua portuguesa um verdadeiro vetor de inovação e transformação. Esta reunião é apenas um ponto de partida”, concluiu o governante.
A XV Cimeira da CPLP decorre na capital da Guiné-Bissau, país que assume agora a presidência da organização durante dois anos, sucedendo a São Tomé e Príncipe.
A Cimeira dos chefes de Estado e de Governo está agendada para esta sexta-feira e foi antecedida por outras iniciativas, como a reunião dos pontos focais, do Conselho de Segurança Alimentar, do Comité de Concertação Permanente, ao nível dos embaixadores, e do Conselho de Ministros, que reúne hoje os chefes da diplomacia.
Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
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