Cidade da Praia, 12 Nov (Inforpress) – O economista bissau-guineense Carlos Lopes alertou hoje que as instituições legais na Guiné-Bissau correm o risco de cair em ilegalidade.
Carlos Lopes, que falava aos jornalistas antes da conferência intitulada "Amílcar Cabral e a mudança de narrativas sobre o pan-africanismo", afirmou que já há bastante tempo que a Guiné-Bissau não segue os princípios constitucionais, e a panóplia de desenvolvimentos diversos está completamente fora do que a Constituição prevê.
“Os actores políticos estão, digamos, numa sobrevida em relação aos aspectos ilegais, o que não será fácil de resolver. Portanto, estamos em risco muito forte de ver um conjunto de instituições legais da Guiné-Bissau numa posição de ilegalidade”, disse o economista.
Esta declaração surge no contexto de uma crescente crise política, na qual o presidente da Guiné-Bissau adiou as eleições legislativas, marcadas para o dia 24 de Novembro, sem anunciar uma nova data.
Além disso, a tensão entre as coligações políticas e o governo, com manifestações previstas para as próximas semanas, agrava ainda mais a incerteza política naquele país.
Questionado pelos jornalistas sobre a situação política na África do Sul, sobretudo a juventude nas ruas a pedir dignidade, o economista observou que a maioria dos países africanos enfrentará períodos de grande turbulência.
“Temos uma população muito jovem, que está impaciente por beneficiar do desenvolvimento, mas também dos processos políticos. Portanto, não podemos continuar, na maior parte dos países, a fazer política da mesma maneira”, concluiu Carlos Lopes.
JBR/HF
Inforpress/Fim
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