Cidade da Praia, 12 Nov (Inforpress) – O economista guineense Carlos Lopes defendeu hoje a necessidade de repor nos países africanos a capacidade para que a integridade do sistema eleitoral não seja contestada, adiantando que as contestações do futuro vão ser influenciadas pela média da população.
Carlos Lopes, que falava aos jornalistas no final de um encontro que manteve esta manhã com o Presidente da República, José Maria Neves, na Praia, asseverou que as formas de contestação do futuro vão ser influenciadas pela média da população tendo a maior percentagem a camada jovem.
A prevalência desta faixa etária, segundo o especialista em assuntos africanos, acarreta custos como a “impaciência” e a “falta de lealdade”, uma vez que, explicou, os jovens querem tudo “rapidamente”.
“Tem mais a ver com a lealdade a causas. Aqueles que hoje podem ser proclamados como grandes vencedores do apoio popular podem rapidamente, num período muito curto, serem postos em causa também”, afirmou, realçando que os africanos terão de viver com esta instabilidade devido às características demográficas.
Para o também professor universitário, o aumento da população resulta em grandes taxas de desemprego que devem ser colmatadas com novas formas, “não são necessariamente tradicionais”.
“As pessoas pensavam, muitas vezes, que era quase uma obrigação do Estado criar emprego. Hoje em dia o Estado tem que ser inteligente e capaz de criar as condições para que o sector privado, as empresas e os próprios indivíduos possam criar os seus próprios empregos”, defendeu.
Carlos Lopes é especialista em economia do desenvolvimento e em assuntos africanos. Possui uma longa carreira nas Nações Unidas onde desempenhou altas funções.
Está em Cabo Verde a convite da Fundação Amílcar Cabral, para participar, enquanto orador, na conferência “Amílcar Cabral e a mudança de narrativas sobre o pan-africanismo”, que acontece hoje, às 16:30, no Palácio da Presidência.
LT/CP
Inforpress/Fim
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