Artista Aires Silva promove “Só Milho” para valorizar o milho na cultura cabo-verdiana (c/áudio)

Cidade da Praia, 21 Mai (Inforpress) – O cantor e artista Aires Silva promove este sábado, 24, no Bairo Craveiro Lopes, o festival “Só Milho”, uma celebração gastronômica e cultural dedicada ao milho, para valorizar este produto na sustentabilidade alimentar e identidade cultural cabo-verdiana.

Em declarações à Inforpress, Aires Silva explicou que a ideia do evento surgiu há algum tempo, após experiências semelhantes realizadas em Portugal e, mais recentemente, no Liceu Domingos Ramos, no âmbito do Dia Internacional do Milho, assinalado a 24 de Abril.

Em Cabo Verde, além da efeméride internacional, o milho é celebrado especialmente a 01 de Novembro, Dia de Todos os Santos, com a tradicional “Festa do Milho”, um pouco por todo o interior da ilha de Santiago.

“Foi aí que surgiu o nome ‘Só Milho’, e o milho é a base da nossa gastronomia. Pensámos: por que não promover ainda mais esse elemento tão importante na nossa cultura e sustentabilidade?”, questionou o artista.

O evento, que acontece no espaço da ADESBA , na Cidade da Praia, vai decorrer das 10:00 às 22:00, com um leque diversificado de actividades, incluindo exposições, venda de produtos derivados do milho, espaço para produtores, comerciantes e rabidantes, além de momentos culturais e pedagógicos.

Durante a tarde, haverá também um podcast com jovens, onde será debatido o papel do milho na tradição cabo-verdiana e apresentado o potencial da agropecuária como campo de formação e empregabilidade no país. 

Segundo Aires Silva, o evento pretende ainda criar uma fusão entre as formas tradicionais de preparação do milho em Cabo Verde e as influências de outros países da América Latina, como México, Cuba, Brasil e Peru, onde o cereal também tem um papel relevante na cultura alimentar.

Embora não tenha beneficiado do patrocínio formal, o evento recebeu apoios logísticos e institucionais de entidades como a Câmara Municipal da Praia, a Polícia Nacional, a empresa Strela, a ADESBA e a Associação Fidjus di Cabral. 

O custo estimado da realização ronda entre os 300 e 400 contos, suportado maioritariamente pelo próprio artista. 

“Este ano foi mais na base do esforço pessoal, mas com mais planeamento, acreditamos que no próximo ano poderemos contar com patrocínios formais”, avançou Aires Silva.

A organização espera um forte engajamento do público e pretende realizar outras edições do “Só Milho”, reforçando a importância de preservar, valorizar e inovar na utilização do milho em Cabo Verde.

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Inforpress/Fim