São Vicente/50 anos Independência: MpD considera que Governo devolveu as comemorações ao povo

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São Vicente/50 anos Independência: MpD considera que Governo devolveu as comemorações ao povo
29/04/25 - 06:29 pm

Mindelo, 29 Abr (Inforpress) – O secretário-geral adjunto do Movimento para a Democracia (MpD) afiançou hoje, no Mindelo, que o Governo devolveu as comemorações da Independência Nacional ao povo, que escolhe os “protagonistas” e quem se deve prestar tributo.

Vander Gomes fez as considerações em conferência de imprensa para reagir ao arranque das comemorações dos 50 anos da Independência, iniciadas na última sexta-feira, 25, no Mindelo.

O MpD, segundo a mesma fonte, entende que a Independência é a maior conquista do povo cabo-verdiano, o momento em que o país nasceu como Estado e que possibilitou todas as outras conquistas conseguidas nestes últimos 50 anos. 

“Mas ela é de todo o povo e não apenas de alguns que se intitularam e se intitulam melhores filhos desta terra, que pretendem que o povo, o Governo e o Estado lhes devem alguma vassalagem e atacam todos quantos entendem pensar, agir e discursar diferente”, criticou.

Indo mais longe, Vander Gomes assegurou que alguns não entendem que depois do 05 de Julho de 1975, também aconteceu o 13 de Janeiro de 1991, período depois do qual já não se precisa da “força, luz e guia” de qualquer partido para se ter orgulho da Nação.

“Reconhecemos o contributo de todos os que lutaram pela nossa Independência, pelo facto dos sacrifícios consentidos e pelos resultados alcançados. Mas a história segue o seu curso e Cabo Verde não parou no tempo”, reforçou o secretário-geral adjunto, para quem hoje os protagonistas são escolhidos pelo povo e só a este prestam tributo.

“Em democracia, não há legitimidade histórica”, enalteceu.

Sendo assim, o MpD, acrescentou, felicita o Estado de Cabo Verde pela forma como organizou, estruturou e está a implementar as festividades dos 50 anos, devolvendo as comemorações ao povo, que é “o verdadeiro protagonista e dono da Nação independente e democrática”.

Já não se justifica que, para se conseguir protagonismos e notoriedades pessoais, se tente, conforme a mesma fonte, “aproveitar indevidamente” da imagem e do contributo de Amílcar Cabral, como “bengala”.

Muito menos se justifica, que, ajuntou, “se use essa figura impar, que sempre lutou pela união dos povos da Guiné e de Cabo Verde com entrega incondicional, com o objectivo de provocar divisões e estratificações no seio da comunidade residente e na diáspora”.

“Os 50 anos devem servir para consolidar a unidade da Nação”, lançou.

Vander Gomes também respondeu à crítica feita hoje Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), também no Mindelo e em conferência de imprensa, de que a comissão organizadora se esqueceu de convidar o comandante Pedro Pires, Silvino da Luz, Luís Fonseca, Olívio Pires e todos os Combatentes da Liberdade da Pátria para a abertura oficial destas comemorações.

Sobre essa questão garantiu que Pedro Pires faz parte da comissão organizadora e, assim como os outros combatentes, deverá estar em outros momentos das comemorações, marcados para acontecer na Cidade da Praia e ilha do Sal.

LN/JMV

Inforpress/Fim

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