Cidade da Praia, 21 Abr (Inforpress) - O Festival Kontornu está de volta, de 3 a 10 de Maio, após uma pausa de oito anos, com uma programação alargada que celebra os 50 anos da independência de Cabo Verde, anunciou hoje, na Praia, a organização.
A apresentação oficial da programação foi feita pelo director artístico, Djam Neguim, que sublinhou a aposta numa nova visão, com objectivos renovados, novas parcerias e colaborações que visam descentralizar e ampliar o impacto do evento.
O festival terá actividades programadas em três localidades distintas: Santa Cruz, Praia e Tarrafal.
O arranque está marcado para o dia 3 de Maio, em Santa Cruz, com um evento de abertura, seguindo-se uma semana de programação diversificada na cidade da Praia, até ao encerramento no Tarrafal, a 10 de Maio.
Uma das grandes novidades desta edição, segundo Djam Neguim, é o programa de residências artísticas, que antecede a abertura oficial do festival.
A partir de 26 de Abril, Santa Cruz acolhe uma residência com a participação de dois bailarinos internacionais - Malvin Monteiro (Espanha) e Dinis Quilavei (Moçambique) - em colaboração com companhias locais. O resultado deste trabalho será apresentado na abertura do festival.
Outro destaque vai para o programa de mentoria ‘online’, que envolveu jovens artistas das ilhas da Boa Vista, Sal e Santiago (Santa Cruz). Este programa, desenvolvido entre Março e Abril, permitiu a construção de peças coreográficas orientadas por coreógrafos internacionais, que serão apresentadas no dia 5 de Maio, no Instituto Guimarães Rosa, na Praia.
Além da formação artística, o festival promove também o pensamento crítico e a partilha de experiências com programadores culturais internacionais.
No dia 8 de Maio, terá lugar uma conversa com profissionais oriundos de Portugal, Senegal, Polónia, Brasil e Reino Unido, organizada em parceria com o curso de Produção Cultural da Uni-CV, numa oportunidade de troca de conhecimentos sobre produção e gestão cultural em diferentes contextos.
A programação contempla ainda uma forte componente dedicada ao público infantil, com vários espectáculos direccionados para escolas, liceus e jardins-de-infância, numa clara aposta na formação de novos públicos e na educação estética desde cedo.
Entre os principais parceiros do Festival Kontornu estão a Bienal de Dança do Ceará (Brasil), que estará representada por uma comitiva de cerca de 30 artistas, o Instituto do Turismo de Cabo Verde, o Ministério da Cultura, e as câmaras municipais da Praia e de Santa Cruz.
Apesar do entusiasmo e da ambição, a organização enfrentou grandes dificuldades financeiras. O festival, orçado em cerca de 1.500 contos, conseguiu apenas menos de 40 por cento (%) desse valor, dependendo fortemente de parcerias, voluntariado e contributos dos próprios artistas.
Ainda assim, Djam Neguim expressou esperança de que, nas próximas edições, o Festival Kontornu possa ser reconhecido como um programa anual com dotação orçamental adequada.
Com cerca de 25 espectáculos e workshops previstos, a edição de 2025 do Festival Kontornu promete afirmar-se como um espaço de criação, formação e encontro para a dança contemporânea em Cabo Verde, com forte vocação internacional e comunitária.
TC/CP
Inforpress/Fim
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