Cidade da Praia, 09 Abr (Inforpress) - A 11.ª edição do Atlantic Music Expo (AME), que decorre na capital cabo-verdiana, está a ser palco de encontros sonoros vibrantes, destacando a fusão de ritmos, culturas e mensagens importantes.
Artistas de vários cantos do mundo, com destaque para países africanos lusófonos, subiram ao palco para partilhar os seus universos musicais e estabelecer pontes com o público e com a indústria musical internacional.
Seis artistas brilharam na noite de terça-feira, 07, nomeadmente Zulu, Cejay Patronato e Ary Kueka, de Cabo Verde, Fattu Djakité (Guiné-Bissau), Isabel Novella (Moçambique), e Sahad (Senegal), que encerrou a noite de actuações.
A moçambicana Isabel Novella, que regressou a Cabo Verde após a sua primeira aparição no AME 2012, encantou com a sua "novela musical", como descreve a sua performance.
“A minha novela é esta, é uma novela musical. Eu conto histórias através da minha música, das línguas que incorporo e das mensagens que quero passar ao público”, afirmou a artista que apelou, no palco, para o fim da violência contra as mulheres.
A artista apresentou uma fusão de jazz, bossa nova e samba, sem esquecer a inspiração nas raízes cabo-verdianas, com destaque para a influência de Cesária Évora.
Por sua vez, a guineense Fattu Djakité destacou a importância de aproveitar as oportunidades que o AME proporciona.
“Não é só apresentar um show, tens de ter uma equipa, um press kit, saber para onde vens. Este é o meu segundo AME e sinto que agora estou mais preparada”, afirmou.
O seu espetáculo, que misturou sonoridades da Guiné-Bissau e de Cabo Verde, com temas do seu trabalho “Praia-Bissau”, foi bem recebido pelo público e pela crítica.
“A energia da banda e do público ajudou muito. Estivemos a ensaiar todos estes dias e acho que conseguimos apresentar um bom trabalho”, acrescentou.
O senegalês Sahad, também presente no evento, realçou os laços culturais entre Cabo Verde e Senegal, bem como a importância de uma música com propósito.
“A nossa música é engajada. Falamos de política, de natureza, da sociedade, da África e da sua união. Acreditamos que os africanos podem repensar o mundo através da arte”, afirmou.
O artista Cejay Patronato, que se estreou no AME, descreveu a experiência como mágica.
“Foi um grande processo para chegar aqui. Anos a lutar por este momento, e hoje percebo que era o dia certo. O público foi incrível e acompanhou com muita atenção e energia”, disse.
Para Cejay, o AME é “fundamental para dar aquele holofote” que às vezes falta, porque, como disse, talento em Cabo Verde “não falta”.
Sobre os próximos passos, revelou que irá participar em festivais em Cabo Verde, no mês de Maio, seguir-se-á um concerto na Guiné-Bissau, em Junho, uma digressão pela Europa, no Verão e, posteriormente, o regresso ao arquipélago.
O Atlantic Music Expo continua a afirmar-se como uma plataforma essencial de intercâmbio artístico, formação e internacionalização, reunindo artistas, produtores, agentes culturais e jornalistas de todo o mundo na capital cabo-verdiana.
Para a 11.ª edição, 23 artistas foram seleccionados.
Os artistas nacionais são: Ary Kueka, Dieg, Fábio Ramos, Zuleika, Queency Barbosa, Yacine Rosa, Leroy Pinto, CJ Patronato, Tereza Fernandes e Eliana Rosa.
No cenário internacional, o AME 2025 contará com as apresentações de artistas de renome de diferentes partes do mundo, incluindo Isabel Novela (Moçambique), Maria Siga (Senegal), Roberta Campos (Brasil), Rumba de Bodas (Itália), Sahad (Senegal), Tasuta N’Iman (Marrocos), Throes & The Shine (Angola/Portugal), Karyna Gomes (Guiné-Bissau), Raquel (Espanha) e Fattu Djakité (Guiné-Bissau).
O evento contará também com a participação de DJ Streladuh, DJ Muleki e DJ Oleg.
TC/AA
Inforpress/Fim
Partilhar