Cidade da Praia, 01 Abr (Inforpress) – O presidente do conselho de administração do Hospital Universitário Agostinho Neto, na Praia, considerou hoje a criação do Centro de Seguimento do Pé Diabético um “marco e mais um passo” na resposta aos principais desafios para os diabéticos.
“Os dados existentes confirmam que temos entre 3% e 5% dos cabo-verdianos diabéticos, diagnosticados com factores de riscos associados e com probabilidade de, em 2030, se não se adequar e responder perante os factores de riscos que são modificáveis, adoptando estilos de vida melhores, duplicar esses números”, alertou.
Evandro Monteiro, que falava à imprensa, no âmbito da inauguração do primeiro Centro de Seguimento do Pé Diabético, no Hospital Universitário Agostinho Neto (HUAN), disse que a estrutura visa dar respostas às complicações vasculares associadas à diabetes e reduzir o tempo de internamento dos pacientes.
O centro vai funcionar com uma equipa multidisciplinar, composta por endocrinologistas, cirurgiões vasculares e gerais, nutricionistas, psicólogos e enfermeiros, além de equipamentos especializados para um atendimento mais abrangente.
Evandro Monteiro informou que a partir deste espaço se irá estabelecer uma ponte de ligação com as estruturas primárias de saúde.
Ainda segundo o responsável do HUAN, a unidade irá permitir reduzir a ocupação de leitos no serviço de cirurgia, onde actualmente quase metade está reservada a pacientes com pé diabético e úlcera crónica, e melhorar a gestão hospitalar.
“Este espaço terá um impacto significativo na gestão do hospital já que só no serviço de cirurgia temos quase metade dos leitos só com pé diabéticos e úrsulas crónicas. Porém o mais importante nisso tudo é que iremos, de uma forma muito próxima, responder às pessoas”, realçou, sublinhando que o objectivo é “reforçar também a humanização nos cuidados”.
O centro, conforme avançou, visa também aproximar os cuidados de saúde da população e minimizar o impacto do internamento prolongado na vida dos pacientes e nas suas relações sociais e familiares, dando um suporte psicológico de proximidade.
A nova infra-estrutura, segundo Evandro Monteiro, faz parte da estratégia do HUAN para fortalecer a rede hospitalar nacional e alargar as boas práticas aos hospitais regionais, visando garantir uma resposta mais eficaz às necessidades dos doentes diabéticos em Cabo Verde.
O pé diabético é uma das complicações da diabetes e resulta da combinação de problemas circulatórios e neurológicos, que podem levar a infecções graves e à necessidade de amputações caso não seja tratado adequadamente.
DV/PC//CP
Inforpress/Fim
Partilhar