Assomada, 25 Mar (Inforpress) – O jovem escritor santa-cruzense Valdmir Monteiro Tavares, mais conhecido por Mamai Monteiro, lamentou hoje a falta de interesse das pessoas, sobretudo dos jovens, na busca pelas mensagens que os livros trazem.
O escritor residente em Portugal encontra-se em Cabo Verde para lançar o seu segundo livro da carreira, “Entre sorrisos e olhares explodiu o abraço de um desconhecido”, escrito em português e constituído por poesias e prosas, incluindo ilustrações.
“Vejo a literatura como uma arma que ajuda a criar união entre povos, e vejo nela ponte que leva pessoas, tanto escolar como pessoas da sociedade ao conhecimento e abraços em si com a comunidade. Infelizmente, a literatura em Cabo Verde está em défice, ou seja, não tem sido abraçada como deveria ser”, alertou o poeta, entrevistado pela Inforpress.
“Volvidos 50 anos vejo a literatura com um bocadinho de tristeza. Se outrora dávamos importância aos trabalhos culturais, à leitura e ao ensinamento, actualmente, as pessoas estão um bocadinho preguiçosas, não leem e não estão interessadas nas mensagens que os livros trazem”, acrescentou.
Mamai Monteiro considerou que este desinteresse se deve ao surgimento das novas tecnologias que, a seu ver, estão a acabar com o livro físico.
Não obstante, ter admitido falta de apoios pelas autoridades, defendeu que os escritores não têm que ver nos incentivos “travão” nos conhecimentos que quer partilhar com a sua comunidade.
“Tenho feito um autotrabalho sem esperar pelos incentivos das entidades. O que toda comunidade deve fazer é focar nos seus objectivos, apesar de exigir esforços (…)”, advogou o escritor.
Durante a entrevista à Inforpress, Mamai Monteiro admitiu que ser escritor em Portugal, não é tarefa fácil, tendo em conta que é um mercado que exige muito trabalho e dedicação dos escritores e poetas.
Acrescentou ainda que quem quer ser escritor nesse país lusófono tem que ter muito cuidado linguístico, isto porque a dimensão dos leitores é outra.
Aliás, notou que é por querer abranger mais leitores, que escreveu o seu segundo livro em português, que sucedeu a “Nha Jornada”, uma trilogia de poesia, lançado em 2013, na língua crioula.
FM/CP
Inforpress/Fim
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