PR enaltece percurso dos dirigentes políticos cabo-verdianos no desenvolvimento do país

Cidade da Praia, 08 Jan (Inforpress) – O Presidente da República enalteceu hoje o percurso dos dirigentes políticos em Cabo Verde, afirmando que dá uma verdadeira dimensão da riqueza e da exemplaridade do processo de desenvolvimento político e institucional do país, desde a independência.

José Maria Neves fez estas declarações durante o acto comemorativo que assinala os 50 anos da tomada de posse do Governo de Transição do Estado de Cabo Verde, ocorrido a 31 de Dezembro de 1974, promovido pela Presidência da República.

O Governo de Transição, criado pelo Estatuto Orgânico de Estado de Cabo Verde, resultado de um acordo entre o Governo Português e o PAIGC, teve a missão de gerir o país até à declaração da independência, a 5 de Julho de 1975. 

No seu discurso, o Presidente considerou que é preciso homenagear esses jovens de 1974 que lutaram contra o salazarismo e pela autodeterminação e independência de Cabo Verde, destacando-se então pela "coragem, generosidade e ousadia". 

“Aquando da tomada de posse do governo de transição, a situação era extraordinariamente difícil e complexa. Seca prolongada, insegurança alimentar, pobreza extrema, precariedade dos serviços de saúde e de educação e grande vulnerabilidade económica, social e ambiental”, reconheceu.

Daí que elogiou o percurso dos dirigentes políticos em Cabo Verde, para quem dá a verdadeira dimensão da riqueza e da exemplaridade do processo de desenvolvimento político e institucional do país desde a independência.

 50 anos depois, considerou que Cabo Verde se tornou num país possível apesar de tempos difíceis que tem sido vivido a nível mundial, caracterizado por guerras, conflitos, alterações climáticas, extremismos e liberalismos.

“Cabo Verde continua muito vulnerável e sensível a choques externos. Em 1975 mobilizamos o país para a construção nacional. Agora é tempo de arrepiar de novo a juventude, de mobilizar todas as cabo-verdianas e os cabo-verdianos para os reptos destes tempos pós-modernos”, disse. 

Contudo, José Maria Neves regozijou-se pelo facto de Cabo Verde contar ainda com dois dos três ministros do governo de transição “exercendo actualmente amplas actividades cívicas que têm contribuído para a educação cidadã”. 

Presentes na cerimónia, Carlos Reis e Manuel Faustino testemunharam os momentos difíceis vividos na época, entre o positivismo e as frustrações, com o propósito de tornar possível o sonho da independência nacional.

“E, naturalmente, cada geração tem os seus desafios, as suas limitações, e hoje chegamos onde chegamos porque houve de facto várias gerações generosas que se empenharam com muita entrega e com o Cabo Verde no coração”, assinalou Carlos Reis.

Por seu lado, Manuel Faustino recordou que apesar de situações sociais complexas na época, sempre se procurou as soluções possíveis e foram sendo encontradas.

Para o futuro, defendeu que é preciso pensar no desenvolvimento individual, nas ambições individuais, mas sempre balizados pelo coletivo.

 ET/JMV

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