Linha marítima Dakar-Banjul-Praia promete optimizar rotas e reduzir custos em Cabo Verde

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Linha marítima Dakar-Banjul-Praia promete optimizar rotas e reduzir custos em Cabo Verde
09/01/25 - 06:19 pm

Cidade da Praia, 09 Jan (Inforpress) – A representante da empresa Alkebular Cominex, Véronique Reis, destacou hoje que a linha marítima Dakar-Banjul-Praia prevê optimizar o transporte, promover maior eficiência e redução de custos e maior acessibilidade a bens essenciais para a população.

Véronique Reis, falava à imprensa, esta tarde na abertura da primeira linha marítima regular entre Cabo Verde, Senegal e Gâmbia, um projecto privado entre a empresa Alkebular Cominex, liderada por senegaleses de origem cabo-verdiana, e o consórcio senegalês Coçamaca, com experiência no transporte marítimo na África Ocidental.

Segundo avançou, o investimento inicial, avaliado em 1 milhão de euros, conta com o apoio do Ecobank, que está a colaborar na busca de financiamento e com possibilidade de financiamento do governo francês dentro de três anos.

Explicou que a abertura da linha marítima regular Dakar-Banjul-Praia está estruturada em fases, sendo a primeira uma etapa de teste para optimizar a rota, avaliar os tempos de transporte e carga entre os países.

“O objectivo é trazer produtos alimentícios e de transporte, beneficiando tanto a população local como o turismo, especialmente com mariscos e peixes. Este projecto também abrirá novas oportunidades para as rabidantes cabo-verdianas, permitindo que realizem compras de forma mais acessível”, sublinhou.

Reis sublinhou que o projecto visa reduzir os custos dos bens importados do Senegal e da África Ocidental, beneficiando directamente os cabo-verdianos com preços mais acessíveis.

Na mesma linha, disse que pretendem criar mais oportunidades para Cabo Verde, envolvendo a juventude e valorizando o talento e a criatividade locais, de modo a colocar o país na arena internacional e promover o seu desenvolvimento.

Véronique Reis assegurou ainda que outras iniciativas estão em curso para fortalecer a economia cabo-verdiana e impulsionar o comércio regional.

Por seu turno, o ministro das Comunidades e do Mar, Jorge Santos, considerou a abertura da primeira linha marítima regular entre Cabo Verde, Senegal e Gâmbia como um “marco histórico” nas relações económicas regionais, e sublinhou que a mesma tem potencial para fortalecer a integração económica, social e cultural na sub-região.

Segundo o governante, o navio M/V Djilor, tem capacidade para 100 toneladas, viabilizará o transporte de produtos como cimento, basalto e géneros alimentícios de modo a permitir a circulação regular de mercadorias.

Além de reforçar as exportações cabo-verdianas, como produtos da pesca e materiais de construção, Jorge Santos apontou que a linha contribuirá para a integração económica na CEDEAO.

“A nossa ambição é fortalecer a integração económica e social com a sub-região, aumentando o volume de comércio, que actualmente representa apenas 1,72% das nossas importações”, afirmou Jorge Santos.

Apontou que o projecto conta com o apoio dos Governos de Cabo Verde, Senegal e Gâmbia e promete fomentar o crescimento empresarial e aproveitar as vantagens da livre circulação de mercadorias no espaço regional.

Na mesma linha, o embaixador do Senegal em Cabo Verde, Ely Sy Beye, sublinhou a importância de consolidar as ligações marítimas e promover o intercâmbio comercial e cultural, tendo realçado que a linha regular, ainda em fase experimental, terá um contrato inicial de três meses, com possibilidade de expansão conforme a demanda.

“Esta linha representa uma decisão firme dos dois países em fortalecer a cooperação regional, oferecendo novas oportunidades aos empresários e à diáspora”, concluiu o diplomata que disse que a linha regular inaugurada hoje é uma realidade.

“Após mais de 20 anos de estudos e tentativas, finalmente conseguimos concretizar este projecto, que marca o início de uma nova fase de integração e desenvolvimento económico na região”, concluiu Beye, reforçando o apoio das autoridades para garantir o sucesso da iniciativa.

Na primeira viagem a Cabo Verde o navio trouxe um carregamento de cimento vindo do Senegal e deverá levar basalto transformado em brita.

AV/ZS

Inforpress/Fim

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