Cidade da Praia, 19 Dez (Inforpress) – O Presidente da República defendeu hoje que todos os cabo-verdianos devem comemorar com dignidade momentos marcantes da história do país, e não os deixar apenas nas mãos do Estado.
José Maria Neves fez estas afirmações ao presidir à abertura da conferência "O Acordo de Lisboa, o Contexto Político da Época e a Construção das Bases para um Cabo Verde Independente".
O evento foi promovido esta tarde na Universidade de Cabo Verde pela Presidência da República, em parceria com o Instituto Pedro Pires, no quadro da celebração dos 50 anos do Acordo de Lisboa, assinalado hoje.
Na ocasião, o Presidente considerou que esta foi sem sombra de dúvidas um marco histórico que conduziu à independência nacional a 05 de Julho de 1975.
Afirmou, por isso, que este acordo de Lisboa é o corolário de uma luta de libertação nacional, muito bem-sucedida, apelando a todos os cabo-verdianos a não deixarem momentos tão marcantes na vida do país somente nas mãos do Estado.
“Tenho insistido que os principais protagonistas desta luta de libertação devem escrever sobre momentos marcantes desse processo”, disse, realçando a importância de as universidades e os investigadores continuarem a investir na história política contemporânea do país.
Para José Maria Neves é preciso também que cada um, as universidades, as fundações, as organizações não governamentais e personalidades trabalhem no sentido de se comemorar com dignidade momentos sublimes da história de Cabo Verde, como a independência.
“Não há nada mais sublime na vida de um povo que a sua libertação da subjugação. E o dia 05 de Julho é um marco fundamental da nossa liberdade enquanto não subjugação. E é fundamental que comemoremos com dignidade e transformemos este momento num momento de unidade nacional”, reforçou.
Por seu lado, a investigadora Aurora Santos, enquanto conferencista, realçou a importância de se comemorar esta data importante na história do arquipélago.
“Cabo Verde, enquanto país independente, começou a ganhar corpo a partir deste acordo. E passados 50 anos, acho que é um caso de sucesso porque conseguiu manter durante este período sem guerras, sem grandes fraturas internas, e implementar um regime democrático”, sustentou.
A celebração dos 50 anos da assinatura do acordo de Lisboa teve como ponto alto a homenagem de Estado aos representantes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, (PAIGC) e de Portugal que assinaram o histórico documento, no palácio presidencial.
O acto contou com a presença do Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.
ET/JMV
Inforpress/Fim
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