Autárquicas 2024: CNE assume falhas mas recusa-se a servir de “saco de pancada” dos partidos políticos (corrigido)

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Autárquicas 2024: CNE assume falhas mas recusa-se a servir de “saco de pancada” dos partidos políticos (corrigido)
18/12/24 - 08:59 pm

Cidade da Praia 18 Dez (Inforpress) - A Comissão Nacional de Eleições (CNE) reconheceu hoje falhas sob sua responsabilidade no processo eleitoral e diz-se “empenhada a trabalhar” para as melhorias, mas recusa-se a colocar na posição de “ponto de descarga” por razões políticas dos partidos.

“A CNE não considerou ter tido uma postura que gerasse stress no processo, muito pelo contrário, entretanto, mantém-se aberta a críticas justas e construtivas. Reconhece as falhas sob sua responsabilidade, está empenhada a continuar a trabalhar para as melhorias, mas não nos colocaremos na posição do ponto de descarga, queremos dizer saco de pancadas, por razões políticas dos partidos políticos”, frisou a presidente Maria do Rosário.

Maria do Rosário fez este desabafo durante uma conferência de imprensa para fazer o balanço e proclamar os resultados definitivos e consolidados do processo eleitoral, ao abrigo do artigo 18, número 2 do Código Eleitoral referindo-se concretamente a alegadas críticas do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV). 

A mesma fonte convida o partido a apresentar qualquer evidência específica sobre “má postura” dos seus servidores para que a instituição possa investigar e responder, conforme disse, de forma precisa e adequada.

Prosseguindo com o balanço do processo eleitoral de 01 de Dezembro, de acordo com o mapa publicado no Boletim Oficial, Maria do Rosário disse que estas eleições contaram com um total de 351.935 inscritos, em termos de votantes, 176.756, e deste total de votos expressos nas urnas, 3.304 foram votos em branco contra 2.123 considerados votos nulos.

Em relação aos votos expressos nas candidaturas dos maiores partidos para a Câmara Municipal, um total de 87.030 votos foram a favor do PAICV a nível nacional, representando 50,80%, para o MpD foram 72.312 votos, representando 42,21%, enquanto a UCID contou com 9.280 votos, correspondente a 5,42% do total nacional.

Os resultados já por círculos para cada candidatura estão no boletim oficial, podendo ser consultados de forma mais específicas.

Quanto à abstenção, dados apontam que um total de 175.177 eleitores registados nos cadernos eleitorais não compareceram nas urnas, situando-se em torno de 49,78%.

Do total da abstenção a nível nacional, a ilha do Sal é a que regista a maior taxa, com 57%, seguido de Santa Catarina de Santiago, 56,29%, e a Praia, 55,31%.

A presidente da Comissão Nacional de Eleições destacou ainda o facto de pela primeira vez se ter conseguido iniciar o processo de quantificação de votantes com necessidade especial, com recurso a uma folha de descarga específica.

Neste particular, avançou que os dados, que “foi possível recolher”, totalizam 876 eleitores com deficiência que compareceram às urnas, correspondendo a 0,5% do total de votantes.

Por outro lado, ponderando sobre os desafios e constrangimentos enfrentados, Maria do Rosário concluiu, realçando a independência, transparência e integridade, “pontos fortes” preservados e reforçados nestas eleições. 

SC/JMV

Inforpress/Fim

(NO SEXTO PARÁGRAFO CORRIGIU-SE O NÚMERO 887.030 PARA 87.030)

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