Parlamento: PAICV acusa Governo de “falta de estímulo” no sector da cultura

Cidade da Praia, 10 Dez (Inforpress) - O grupo parlamentar do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), acusou hoje o Governo de “falta de estímulo” no sector da cultura apontando vários desafios que precisam ser ultrapassados.

A acusação foi feita pela deputada Josina Freitas, na cidade da Praia, em conferência de imprensa sobre o balanço das principais questões abordadas na jornada preparatória para a 1.ª sessão plenária de Dezembro, prevista para decorrer de 11 a 13 do corrente mês

A parlamentar disse que o seu partido destacou a cultura como um espaço essencial de reflexão para esta sessão por se tratar de uma “peça central” na construção da identidade de Cabo Verde e que desempenha um “papel estratégico” no desenvolvimento económico e social do país.

Contudo, sublinhou, apesar do discurso sobre a importância da cultura “há uma clara falta de concorrência e estímulo directo do Governo” neste sector.

Neste sentido, a deputada apontou que é preciso melhorar alguns pontos que afetam a cultura, nomeadamente os patrimónios históricos, que segundo disse, encontram-se “abandonados”.

“O estado crítico de alguns museus, a lentidão em projectos fundamentais e também a necessidade urgente de termos dados concretos sobre a contribuição da cultura para o produto interno bruto”, acrescentou.

Josina Freitas considerou ainda que o desconhecimento desta “informação vital” dificulta a formulação de políticas que valorizem o impacto económico e social das indústrias criativas.

“Percebemos uma dependência excessiva e iniciativas externas insuficientes ao investimento público que poderia alavancar as indústrias culturais de forma sustentável”, precisou.

Segundo a mesma fonte, o grupo parlamentar do PAICV vai nesta secção solicitar esclarecimentos ao Governo sobre alegado “roubo de património subaquático” e “fuga de quadros nas instituições” do Ministério da Cultura.

Avançou ainda que aguardam um posicionamento “claro e sincero” da parte do ministro de Cultura, Augusto Veiga, sobre a formalização e a entrada dos artistas na Segurança Social.

Josina Freitas assegurou que havendo essa sinceridade da parte deste ministro, o mesmo poderá contar com a oposição para ajudar a ultrapassar este “aspecto social crítico” em que o sector da cultura se encontra neste momento.

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