São Filipe, 23 Out (Inforpress) – O processo de remoção e desmantelamento do navio Deimos, encalhado desde 13 de Novembro de 2020 nas proximidades do porto de Vale dos Cavaleiros, foi iniciado com a chegada à ilha do Fogo dos equipamentos.
A remoção e desmantelamento do navio Deimos está sob jurisdição da empresa holandesa Koole Contractors, especializada no resgate e desmantelamento de embarcações, e segundo António Vaz, responsável pela operação o processo conta com uma equipe técnica de dez pessoas que chegam à ilha no próximo sábado, além do pessoal de rebocador.
O plano envolve a montagem de uma plataforma flutuante com 91 metros de comprimento e 27 de largura e o uso de um rebocado com 31 metros de comprimento, ambos vindos da Holanda, para dar início ao processo de remoção e desmantelamento do Deimos.
Segundo a mesma fonte, os materiais inflamáveis e poluentes vão ser retirados e a previsão é que a remoção comece na próxima segunda ou terça-feira a começar pela retirada de eventuais substâncias perigosas para o meio ambiente antes de iniciar o corte e desmantelamento do navio propriamente dito.
Os primeiros passos incluem a retirada de óleos, que já foram em grande parte removidos anteriormente, a máquina escavadeira que se encontra no convés e geradores referiu António Vaz que observou que a equipa está preparada e equipada com materiais absorventes para prevenir qualquer tipo de poluição marinha e ímãs magnéticos para limpar o fundo do mar após a conclusão dos trabalhos.
O Deimos, uma embarcação de 94 metros de comprimento e capacidade para mais de três mil toneladas de carga, está encalhado há quase quatro anos, e o desmantelamento completo pode durar de três a quatro meses, dependendo das condições climáticas e do estado do mar.
"Estamos entrando em um período crítico, com o mar mais agitado, e isso pode atrasar o andamento das operações", afirmou o responsável que adiantou que no caso de mar agitado terão de recuar os equipamentos e parar os trabalhos.
A operação, que deveria ter começado no ano passado, conheceu atrasos devido à necessidade de ajustes no plano original e chegou a ser programada para Julho deste ano, mas só agora é possível o processo que vai ser acompanhado de perto por representantes das autoridades marítimas e portuárias, bem como da seguradora envolvida.
O navio será cortado em pedaços e as chapas de ferro serão recicladas e utilizadas na construção de outros navios ou outras estruturas metálicas.
A conclusão do desmantelamento dependerá das condições climáticas, mas o trabalho, assegurou a mesma fonte, vai ser realizado com cuidado para garantir a protecção do meio ambiente marinho.
A paragem da máquina principal, devido ao bloqueio do hélice e do veio propulsor por apetrechos de pesca presos contribuiu para o acidente com o navio de carga geral “Deimos” ocorrido a 13 de Novembro de 2020 quando deixava o porto de Vale dos Cavaleiros com destino à ilha de São Nicolau, segundo resultado da investigação do acidente realizada pelo Instituto de Prevenção e Investigação de Acidentes Aeronáuticos e Marítimos (IPIAAM).
Ainda em 2020 foram retiradas, pelas autoridades marítimas portuárias com recursos a vários meios e equipamentos, várias toneladas de carga (cimento e ferro), 110.200 litros de combustível e água-oleosa que se encontravam a bordo do navio Deimos.
JR/ZS
Inforpress/Fim
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