Cidade da Praia, 07 Jan (Inforpress) - O presidente da Associação de Cinema e Audiovisual de Cabo Verde (ACACV) denunciou hoje, na cidade da Praia, o incumprimento de acordos financeiros por parte do Ministério da Cultura no valor de aproximadamente 40 mil contos.
Júlio Silvão, que falava em declarações à Inforpress sobre as perspectivas da ACACV para 2025, ressaltou que apesar das várias actividades realizadas a não transferência das verbas tem dificultado as iniciativas da associação.
Segundo o presidente, as transferências de verbas previstas no contrato celebrado com o Ministério da Cultura não realizadas vem gerando um impacto financeiro negativo no valor aproximado de 40 mil contos.
“É necessário que o Governo dê uma atenção especial à lei do cinema e faça com que as diferentes instituições ligadas ao cinema, criadas, funcionem de acordo com a lei do cinema”, disse.
Questionado sobre o impacto financeiro, Júlio Silvão informou que o trabalho da associação tem sido mantido com recursos próprios e contou com uma importante parceria com a Câmara Municipal da Praia, que possibilitou a realização de eventos como o Festival Internacional de Filmes para a Acção Climática do Atlântico.
Júlio Silvão comunicou ainda que ACACV optou por não gerar conflitos com o Ministério da Cultura, deixando a resolução do problema para os novos órgãos dirigentes que serão eleitos em Maio de 2025.
"Deixaremos à consideração dos novos órgãos eleitos, e do próximo presidente, a análise sobre a melhor forma de resolver a questão do contrato e da legalização das acções previstas", explicou a associação.
Por outro lado, fez um balanço positivo do ano que ora finda e destacou outros desafios enfrentados pelo sector cinematográfico em 2024, com especial atenção ao Núcleo Nacional de Cinema (Nunac), criado para coordenar as actividades cinematográficas no país, mas encontra-se actualmente em estado de inactivo.
Segundo Júlio Silvão, a maior parte dos membros designados para o órgão demitiu-se devido a discordâncias com decisões governamentais e ao sentimento de desconexão com as actividades cinematográficas.
"As razões das demissões foram compreensíveis, pois alertamos desde o início que as designações feitas pelo ministro da Cultura poderiam criar dificuldades no funcionamento do núcleo", destacou o presidente da ACACV.
A eleição para os novos membros da ACACV está marcada para o dia 17 de Maio de 2025, e Júlio Silvão afirma que vai concorrer à sua sucessão, porque entende que já é o momento de novas visões capazes de fortalecer ainda mais o cinema em Cabo Verde.
TC/ZS
Inforpress/Fim
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