Cidade da Praia, 16 Out (Inforpress) - O director nacional da Indústria, Comércio e Energia concluiu, terça-feira, que a implementação da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA) é uma “grande oportunidade” para Cabo Verde, um dos primeiros países a aderir a esse acordo.
Esta constatação de Rito Évora foi feita no segundo dia do workshop de arranque e consulta para formulação da estratégia nacional de implementação de ZCLCA em Cabo Verde, que decorreu na cidade da Praia, numa iniciativa da Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA).
Segundo esse responsável foram dois dias de levantamento das questões que têm a ver com o que é que são as oportunidades, mas também os constrangimentos dessa implementação.
“Em termos de oportunidades, claramente, vê-se a ZCLCA como uma grande oportunidade para Cabo Verde, por isso que Cabo Verde foi um dos primeiros países a aderir esse acordo”, sublinhou Rito Évora.
Conforme explicou o director nacional da Indústria e Energia, Cabo Verde aderiu e ratificou este acordo desde 2022 e agora está na fase de preparar uma estratégia de implementação.
Em termos dos constrangimentos, Rito Évora disse que é preciso olhar para a questão da conectividade com a região, em que o país tem grande dificuldade.
“Há discussões mesmo a nível regional da CEDEAO, a questão do corredor Praia-Dakar-Abidjan, que pode ser um primeiro passo em termos de começar a eliminar essas barreiras”, considerou.
Acrescentou ainda que há um trabalho que se vai fazer agora no sentido de ter um plano de acção para Cabo Verde, para atrair empresas especializadas que queiram exercer actividade industrial no país, numa óptica de exportação.
Por sua vez, o representante da UNECA, Amadou Diof disse que as exportações de Cabo Verde para o mercado africano são bastante baixas.
“Em média, são 5% das exportações de Cabo Verde que vão para o mercado africano e menos de 2% dessas importações vêm de outros países da África”, lembrou, sugerindo que o país precisa se posicionar nos sectores que têm potencialidade para melhor se integrar no mercado africano.
“Conhecemos o potencial de Cabo Verde em termos de turismo, economia azul, pesca, também em energia, sobretudo em termos de hidrogénio, então, todas essas potencialidades e outras podem ser usadas para melhor integrar no mercado africano”, apontou.
A ZCLCA é um bloco económico regional formado por diversos países com a finalidade de reduzir ou eliminar as taxas alfandegárias entre os países membros e, consequentemente, estimular o comércio entre os países participantes.
O acordo de estabelecimento da organização foi assinado em Março de 2018 por 54 dos 55 países membros da União Africana e ratificado na altura por 31. As negociações tiveram início em 2015.
PC/CP
Inforpress/Fim
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