Vendedeiras de peixe congratulam-se com Dia Nacional das Peixeiras e pedem pescadores a baixarem preço do pescado

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Vendedeiras de peixe congratulam-se com Dia Nacional das Peixeiras e pedem pescadores a baixarem preço do pescado
17/05/25 - 01:15 am

Cidade da Praia, 17 Mai (Inforpress) – As vendedeiras de peixe, na cidade da Praia, congratulam-se com o Dia Nacional das Peixeiras, e aproveitam o momento para pedir aos pescadores a baixarem o preço do pescado que está mais caro e em menor quantidade.

Desde o ano passado, 17 de Maio passou a ser celebrado em Cabo Verde, como o Dia Nacional das Peixeiras, uma decisão tomada pelo Conselho de Ministros no dia 27 de Março, que escolheu a data sob proposta da Associação das Peixeiras de S. Vicente, também por se tratar do dia da criação desta que é a primeira associação dessas “profissionais típicas” do retrato socioeconómico de Cabo Verde.

A resolução que institui a efeméride é um reconhecimento do executivo pelo “importante papel” que essas mulheres exercem na transformação e comercialização dos produtos da pesca e pelo seu impacto na segurança alimentar do país.

A propósito do dia, a Inforpress conversou com algumas peixeiras no cais do Porto da Praia, tendo todas elas manifestado satisfação por ter agora um dia também para celebrar.

Berta, peixeira há cinco anos, que se congratula com a instituição da efeméride, disse que também a criação da Associação de Vendedores de Pescado do Cais de Pesca da Praia, embora ainda nova, é um ganho e virá trazer “muitos benefícios” para elas e para o sector da pesca.

Conta, entretanto, que este ano não tem motivos para festejar porque teve o infortúnio de, há dias, ver o seu barco de pesca que estava atrelado à embarcação denominada "Peixe Rei II" queimar juntamente com aquele barco. 

“Uma situação triste e inesperada. Agora, sou obrigada a comprar peixe noutros barcos. Tenho que buscar o meu sustento, o meu pão de cada dia. Esta é a minha vida e gosto desta lide. Neste momento estou mais animada porque tanto o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, como o ministro do Mar, Jorge Santos, prometeram ajudar-nos”, desabafou. 

Às colegas peixeiras, Berta endereça uma mensagem de “coragem, força e determinação”, na labuta diária.

Entre centenas de peixeiras que frequentam diariamente o cais de pesca do Porto da Praia, também Eloisa Barbosa, nessas lides desde muito jovem, conta que o Dia das Peixeiras é “muito importante”, porque foi uma forma de valorizar a classe.

Lamentando o preço do peixe que nessa altura está mais caro e em menor quantidade, associado às quantidades que também se escasseiam nos mares de Cabo Verde, a mesma fonte conta que comprar peixe é um “stress e sacrificado”.

“A época de pouco ou muito peixe varia consoante a lua.

Neste momento, como há pouca quantidade de peixe no mar, o pescado fica mais caro. Viver da venda de peixe é uma batalha, um stress, está muito complicado mesmo. Andamos a pedir aos pescadores para baixarem o preço do peixe, porque está muito caro. Ganhamos apenas 10 escudos e os fregueses, por sua vez, reclamam também. Não é nada fácil”, exteriorizou.

Segundo o Censo da Pesca apresentado pelo INE, Cabo Verde contava no final de 2021 com 3.125 pescadores artesanais e 1.881 vendedores de peixe, além de 1.434 barcos artesanais a motor e 127 embarcações de pesca industriais e semi-industriais, segundo.

SC/ZS

Inforpress/Fim

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