Líderes sindicais reiteram que a greve dos médicos e enfermeiros “ainda está de pé”

Cidade da Praia, 15 Dez (Inforpress) – A líder do Sindicato dos Médicos de Cabo Verde (SMCV) e o presidente do Sintap, Luís Lima, reiteraram hoje que “continua de pé” a greve das duas classes profissionais anunciada para os dias 17, 18 e 19.

“Nós ainda não sentimos nada. Só vamos suspender quando a lista for publicada e que seja de agrado de todos os profissionais de saúde”, afirmou a presidente do Sindicato dos Médicos de Cabo Verde (SMCV), acrescentando que só assim levantarão o pré-aviso de greve.

Eunice Almeida fez estas considerações na sequência da publicação das listas definitivas de transição para o Plano de Carreira, Funções e Remunerações (PCFR) do pessoal médico, que suscitou “uma reacção negativa” por parte da classe.

Para a líder sindical, o Governo tem até terça-feira, 16, vésperas do início da greve, para publicar a lista de acordo com as suas “reivindicações e previsões”.

Instada se o SMCV está a trabalhar em sintonia com outros sindicatos ligados aos trabalhadores do sector da saúde, respondeu que sim, acrescentando que há um pacote de reivindicações que o executivo tinha assumido no sentido de o resolver.

“Estamos a trabalhar juntos e é necessário que todos os profissionais de saúde se engajem nesta luta”, referiu Eunice Almeida, acrescentando que o seu sindicato está disponível para o diálogo com o Governo.

Por sua vez, o responsável do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Sintap), Luís Lima, em entrevista à Rádio de Cabo Verde (RCV) assegurou que a “greve está de pé”, porque ainda não têm todos os elementos que solicitaram ao Ministério da Saúde, nomeadamente uma lista de transição da carreira dos médicos e uma outra dos enfermeiros.

Luís Lima acusou o Governo de ter tido “tempo suficiente” para a publicação das listas sem pressão, pois, sublinhou, depois da publicação dos PCFR das duas classes profissionais, médicos e enfermeiros, “tiveram mais de dois meses para publicar estas listas”.

“Nós avisamos com antecedência de que se não tivéssemos a lista publicada até uma certa data, iríamos para greve”, indicou o presidente do Sintap, lembrando que haviam anunciado que queriam um encontro com o executivo para discutir tudo isso, antes de meter um pré-aviso de greve.

Na sequência da publicação das listas de transição para o PCRF registaram-se várias reacções por parte dos médicos, manifestando o seu descontentamento, ainda segundo a mesma fonte.

Alguns contestam o facto de todos os médicos especialistas terem sido colocados na mesma categoria, independentemente dos anos de serviço, pelo que pedem que a mesma seja republicada com a “devida correcção”.

A mesma situação se verificou com a classe dos enfermeiros.

Perante a reacção, o Governo emitiu no domingo, 14, um comunicado a reconhecer que “houve um lapso” na publicação das listas definitivas de transição para o PCFR, pelo que prometeu que as mesmas serão republicadas na íntegra, “o mais tardar, até esta terça-feira, 16”.

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