Cidade da Praia, 15 Out (Inforpress) – O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva pediu hoje aos cabo-verdianos que olhem Cabo Verde, não só, com olhos de problema, mas também com os olhos de oportunidade, embora reconheça problemas de pobreza e desemprego jovem.
Ulisses Correia e Silva falava na cerimónia de abertura do Congresso Internacional de Quadros Cabo-verdianos que decorre de hoje a sexta-feira (15 a 17) na Universidade de Cabo Verde sob o lema “Um Diálogo entre o País e a Diáspora”.
Na sua intervenção, colocou tónica na situação existente entre o país e a sua diáspora referindo a ambições dos cabo-verdianos que residem no além-fronteira em querer ter a nacionalidade dos seus progenitores, na burocracia existente para que possam tirar os seus documentos, e num país cuja economia continua a crescer junto com políticas activas quer de inclusão quer de emprego.
É sobre estas condições que admite problemas de transportes aéreos e marítimos, que diz ter dias contados já que o Governo está a estabilizar o sector através de aumento de frota, quer de avião, quer de barco, para permitir o aumento da regularidade em países insulares, onde os custos de transporte são normalmente elevados, pela configuração, pela população pequena, pelos custos e pelo rendimento.
“É um dos domínios onde estamos a estabilizar, aumentar a capacidade de oferta e as disrupções seguramente irão desaparecer. Tivemos e temos tido alguns problemas com o fornecimento de electricidade, mas estamos a estabilizar para podermos, não só, estabilizar o convencional, como aumentar, significativamente, a penetração das energias renováveis, para aumentar o nível de segurança e redução da dependência de combustíveis fósseis”, disse.
Referindo-se aos quadros cabo-verdianos e às barreiras que dificultam a relação entre o país e a diáspora, Ulisses Correia e Silva avançou que o Governo está apostando na transformação digital, procedimentos, processos que possam ser depois automatizados, interoperabilidade entre as operações e os serviços para facilitar o acesso.
A diáspora, segundo disse, é um dos pilares importantes do país tanto com os quadros, principalmente na área da medicina que têm apoiado com missões médicas, assim como as remessas que enviam aos seus familiares, razão pelo qual o Governo quer criar condições para melhorar todo o sistema digital, melhorando o nível do custo, tempo, segurança, transparência, e na gestão das pequenas encomendas.
“Precisamos de investimento produtivo. Precisamos de investimento directo da nossa diáspora em Cabo Verde, em áreas que não sejam apenas aquilo que tem sido tradicional na imobiliária e construção de casas”, realçou, apelando a investimentos no turismo, nas indústrias, na economia digital, na economia azul e na agricultura.
Conforme Ulisses Correia e Silva, o país está a trabalhar para uma maior intervenção e investimento da diáspora, pelo que foi criado o Estatuto do Investidor Imigrante e bons incentivos para atrair, ficando apenas a divulgação para mais acessibilidade a nível de plataformas digitais.
Para finalizar manifestou a sua satisfação com o apoio e a solidariedade dos emigrantes cabo-verdianos por ocasião da tempestade do dia 11 de Agosto, que assolou São Vicente, Santo Antão e São Nicolau, bem como com o apoio manifestado aos Tubarões Azuis para a vitória rumo ao Mundial de 2026.
O Congresso Internacional de Quadros Cabo-verdianos decorre até sexta-feira e integra diversos painéis sobre cultura, identidade e expressão da cabo-verdianidade no mundo, bem como formas de organização da diáspora, economia azul, digital e criativa, saúde e bem-estar, desafios e oportunidades de cooperação.
PC/HF
Inforpress/Fim
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