Mindelo, 19 Out (Inforpress) – O membro honorário da Cruz Vermelha de Cabo Verde Augusto Vasconcelos Lopes, prestes a completar 90 anos, pediu forças e saúde a Deus para ver a ilha de São Vicente melhor, após a passagem da tempestade Erin.
O pedido deste cidadão natural da ilha Brava, que vive em São Vicente desde os 14 anos e personifica o significado do voluntariado, foi feito a propósito das celebrações do Dia Nacional do Voluntário da Cruz Vermelha, que se assinala hoje.
Perante uma plateia no Hotel Porto Grande – empreendimento que ajudou a edificar – Vasconcelos Lopes não escondeu a sua tristeza pelos estragos causados pela tempestade na ilha que escolheu para viver.
Mas, “tal como a acácia que finca as raízes no solo e abre as folhas em busca da luz”, Augusto Vasconcelos demonstrou a sua resiliência, e esperança em dias melhores.
“Crer é poder. São Vicente sofreu muito com esta catástrofe, mas esta nossa força há de fazer da ilha aquilo que o destino sempre lhe reservou. Disso eu estou certo”, declarou, recordando o desenvolvimento que a ilha conheceu nas últimas sete décadas e meia.
“Após 75 anos, vejam como construímos São Vicente, como construímos o Mindelo. Por isso, em primeiro lugar, tenho de dar graças a Deus por estar aqui, com saúde. Mas o que peço a Deus é que me dê mais uma forcinha para estar bem para, dentro daquilo que eu possa fazer, ver o São Vicente melhor”, acrescentou.
O membro honorário da Cruz Vermelha de Cabo Verde afirmou estar convicto de que “brevemente as pessoas terão o São Vicente que todos desejam e amam de coração”.
Por isso, apelou à união de forma a transformar em valor o olhar e a atenção de países estrangeiros que se têm mostrado disponíveis para apoiar a reconstrução da ilha.
“Temos de juntar as nossas forças, sobretudo neste momento em que o mundo está difícil, mas tem os olhos postos em nós. Não é por acaso que temos assistido a reuniões e visitas de alto nível, tanto em São Vicente como na cidade da Praia”, lembrou.
Acrescentou que esses sinais animam e reforçam a crença de que será possível trilhar o caminho que conduza o país a um patamar de felicidade para todos, principalmente para a juventude.
Augusto Vasconcelos nasceu a 6 de Novembro de 1936, na ilha Brava, em plena 2.ª Guerra Mundial, e enfrentou a seca dos anos 40, que assolou Cabo Verde e afectou profundamente as famílias que viviam da agricultura.
Empresário, activista e benemérito de referência em São Vicente, testemunhou na ilha a independência de Cabo Verde e o nascimento da Cruz Vermelha de Cabo Verde, instituição de que é membro honorário e que celebra este ano o seu 50.º aniversário.
Em São Vicente, exerceu funções na antiga empresa Congel.
Das suas mãos surgiram grandes iniciativas empresariais, como o Banco Cabo-verdiano de Negócios (BCN), a companhia de seguros Ímpar e uma rede de empresas ligadas ao comércio.
Esteve por detrás da construção do Hotel Porto Grande e também se destacou no desporto, tendo sido presidente da direcção do Clube Sportivo Mindelense. Participou activamente em diversas actividades sociais e religiosas ligadas à Igreja Católica.
Devido ao seu espírito benemérito, Augusto Vasconcelos é membro honorário da Cruz Vermelha e patrono da Casa de Idosos da Cruz Vermelha de Cabo Verde.
CD/AA
Inforpress/Fim
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