Mindelo, 20 Fev (Inforpress) – A União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição) defendeu hoje, no Mindelo, que a boa governança do país deve ser sentida por todos os cabo-verdianos e não se basear apenas em avaliações de instituições internacionais.
Esta ideia foi defendida em conferência de imprensa pela deputada da UCID Dora Pires, numa antevisão à sessão parlamentar que arranca na quarta-feira, durante o qual está previsto o debate com o primeiro-ministro sobre a boa governança do País.
Segundo a eleita nacional, as avaliações externas acabam muitas vezes por debruçar sobre as leis e avaliar Cabo Verde, mas o que se quer é sentir que realmente dentro do País há uma boa governança.
Para Dora Pires, “falar de boa governança é falar de resultados que levam ao desenvolvimento do país em várias vertentes”, pelo que a boa governança do país “não pode ser apenas baseada em elogios internacionais e nem nos números de ocasião devidamente produzidos ou produzidos à medida”.
No seu entender, numa boa governança o sector da educação terá de ser obrigatoriamente o “maior trunfo” do desenvolvimento socioeconómico e simultaneamente o motor de todas os outros sectores de actividades. Mas, frisou que, no caso de Cabo Verde, o que se constata é que é um sector em constante turbulência.
“A estrutura adoptada não é a melhor e a UCID vem chamando atenção às várias reformas educativas ao longo dos anos que não correspondem às necessidades do País e, por outro lado, é o sector em termos laborais que mais sofre devido às políticas inadequadas encontradas pelo Governo que mantém a classe insatisfeita”, reforçou, acrescentando que, “no ano em que a saúde mental foi eleita prioridade do Governo, depara-se com situações constrangedoras que podem perigar a boa saúde mental dos professores”.
Segundo Dora Pires, uma boa governança significa dizer que o sector da saúde deve estar mais estruturado, com especialistas de todas as áreas para dar cobertura, de Santo Antão à Brava, mas “o que se constata é a insuficiência de especialistas”, o que provoca transferências de doentes para a Praia e para o exterior.
Além disso, acrescentou, a boa governança se coloca também na disponibilidade de equipamentos e meios de diagnósticos, medicamentos nas farmácias em todo o País. Também, “implica que o sector económico e social esteja bem estruturado do que o que existe”, porque “falta investimentos na pesca, na agricultura, na transformação e, inevitavelmente, na procura de melhor qualidade no sector terciário onde inclui o turismo”.
Conforme a deputada, o sector social também tem sofrido com políticas inadequadas, há uma administração lenta e cheia de burocracias, o País poderia estar melhor no sector energético com avanço em termos de energias renováveis entre outros.
Pelo que defendeu que “é tempo de sair da teoria para a prática para que a boa governação tenha impacto na vida das pessoas”.
CD/ZS
Inforpress/Fim
Partilhar