Taxista aposta no “Projecto Morabeza” para criação de transportes acessíveis e condutores capacitados

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Taxista aposta no “Projecto Morabeza” para criação de transportes acessíveis e condutores capacitados
30/09/25 - 02:56 pm

Cidade da Praia, 30 Set (Inforpress) – O taxista e empreendedor Nuno Semedo apresentou hoje, à Inforpress, o serviço denominado “Projecto Morabeza”, destinado a promover a inclusão social mediante um serviço acessível e capacitação de taxistas para apoiar pessoas em situação de vulnerabilidade.

Nuno Semedo, que também é representante da Associação de Taxistas da cidade da Praia, e exerce a profissão desde 2012, disse à Inforpress que há quatro anos que trabalha, sobretudo, com pessoas com deficiência e doentes crónicos.

Conforme explicou, a sua experiência levou-o a perceber a necessidade de formar mais taxistas preparados para responder a estas situações e dotar a cidade de profissionais capacitados para lidar com pessoas com deficiência.

“Há mais de quatro anos acompanho pessoas que sofreram AVC, pacientes em diálise e pessoas com mobilidade reduzida. Foi ali que percebi que a cidade precisa de mais pessoas como eu, para trabalhar em programas de inclusão social”, avançou, sublinhando que o projecto está aberto a qualquer cidadão.

Aliás, segundo Nuno Semedo, “Morabeza” já reuniu cerca de 150 assinaturas de apoio e possui um grupo no Facebook.

“Qualquer pessoa pode aderir ao Grupo Morabeza, quando aderir e está dentro do grupo, se na sua zona tiver pessoas com deficiência, que precisam de um carrinho, de apoio de um taxista solidário, vão ter”, garantiu.

De acordo com o empreendedor, a meta é que até ao mês de Dezembro deste ano já existam taxistas formados para oferecer um serviço especializado, com veículos adaptados e condutores preparados.

“Queremos ter táxis acessíveis e investir na formação, porque a acessibilidade deve ser parte da moldura urbana da cidade”, acrescentou, avançando ainda que o projecto prevê uma segunda fase, que abrange também autocarros e hiaces e que poderá ser estendido a todas as ilhas do país.

Na ilha de Maio, adiantou, já existe um núcleo do projecto dinamizado por um taxista da Praia e que tem oferecido serviços nessa ilha.

Nuno Semedo alertou ainda para a falta de acessibilidade enfrentada por grupos mais vulneráveis, como pessoas com doença mental ou dependência de substâncias.

Apelou às autoridades competentes que as enquadrem na inclusão social, porque, segundo Nuno Semedo, eles também têm direito a um transporte acessível e adequado.

“Se tivermos transporte acessível, transformamos a cidade e criamos condições para a reinserção social das pessoas que mais precisam de ajuda”, concluiu.

LT/HF

Inforpress/Fim

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