Tarrafal, 05 Mar (Inforpress) - Os agricultores do Colonato no município do Tarrafal, interior de Santiago, pedem a construção urgente de um muro de protecção para impedir que a água do mar chegue às propriedades agrícolas e coloque em causa o sustento.
O presidente da associação dos agricultores de Colonato, João José, procurou a imprensa para denunciar esta situação, contando que neste momento cerca de dez dos poços de água que utilizavam para a rega já se encontram salinizados devido à intrusão da água do mar.
Advertiu que caso não forem tomadas medidas temem que as suas propriedades agrícolas sejam completamente inundadas, colocando assim o sustento de várias famílias em causa.
Conforme defendeu o líder associativo, primeiramente é preciso consciencializar as pessoas sobre a apanha da areia e de cascalhos no mar nessas imediações, embora reconheça que esta prática se encontra em menor quantidade, mas que esta é uma das causas de a água do mar estar a invadir as propriedades agrícolas, os poços e que também está a interferir na qualidade da água mesmo no furo existente.
Devido a diminuição da qualidade da água e do solo, João José avançou que estão também a diminuir a qualidade e quantidade de produção, sendo necessário tomar outras medidas para reverter esta situação, realçando que nas épocas de maré alta a situação fica muito mais complicada.
Aliás, João José relembrou que a problemática da água tem sido um dos maiores desafios destes agricultores, tendo alguns que já se encontram desanimados, considerando que esta situação, para a classe tem sido vista como uma espécie de “colonização dos agricultores”, explicando que “não estão a deixá-los produzir”.
“Temos terrenos férteis, precisamos de água para produzir, pese embora dizem que há água, mas os agricultores enfrentam várias dificuldades para manter a sua produção devido a fraca quantidade de água disponibilizada”, disse, realçando que a associação tem vindo a dar os seus passos, tentando reunir com os responsáveis das entidades competentes no solucionamento desta questão, mas até então não foi possível.
Com a falta de água, salinização dos terrenos, João José sublinhou que não têm conseguido apoios e nem financiamentos, pois sem água não há garantias de produção e sem produção não há como pagar.
De realçar que no final do mês de Janeiro, 44 agricultores do Colonato receberam do Governo, o título provisório de posse dessas parcelas, e os mesmos estão a aguardar agora pela resolução do processo para que essa posse seja definitiva.
MC/CP
Inforpress/Fim
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