Mindelo, 09 Abr (Inforpress) – A deputada Zilda Oliveira, eleita nas listas da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição) pediu hoje ao Governo, no Mindelo, para colocar a economia azul, como motor de desenvolvimento, no centro da sua agenda de prioridades.
Isto, continuou a parlamentar, em conferência de imprensa, para que esta visão se traduza em resultados “práticos, visíveis, impactantes e eficazes” na economia cabo-verdiana.
Os deputados da UCID concluíram a jornada de preparação para o debate de questões políticas, internas e externas, interposto pelo próprio partido, para a primeira sessão de Abril, que principia na quarta-feira, 10, sobre o tema “Economia azul como um dos principais vectores do desenvolvimento da economia marítima em Cabo Verde”.
Aliás, nesta matéria, os deputados da UCID vão propor ao Governo para “repensar a visão” do que é a economia azul e a necessidade de a universidade assumir a liderança do sector e formar pessoas para as áreas necessárias e identificar as necessidades.
“É verdade que temos um conjunto de instituições que foram criadas e que, como disse, só funcionam com um orçamento de trabalho”, precisou a mesma fonte, que exemplificou com a Zona Especial da Economia Marítima – São Vicente (ZEEM-SV), que funciona “apenas com um orçamento operacional” e em que “80 por cento (%) do subsídio estatal é gasto com pessoal”.
“A opção do Governo pela transformação de Cabo Verde numa plataforma marítima e logística internacional não deverá passar apenas pela criação da ZEEM-SV, mas principalmente pela sua efectiva implementação, dotando-a de condições de funcionamento”, reforçou Zilda Oliveira, por se tratar, vincou, de uma instituição necessária, mas que precisa ter financiamento.
Na preparação para o debate, a deputação democrata cristã visitou diversas empresas e serviço afectos à designada economia azul em São Vicente e, por exemplo, nos Estaleiros Navais da Cabnave, reconheceu “alguns investimentos” do Governo, mas pediu atenção à questão dos recursos humanos, já que cerca de 40% dos trabalhadores encontra-se em situação de pré-reforma.
Porém, segundo Zilda Oliveira, a UCID vai pedir ao Governo esclarecimentos sobre o futuro da empresa, pois já se “falou na sua relocalização” e depois “na reabilitação” com investimentos previstos, contudo a empresa encontra-se na lista das privatizações.
Em relação ao Campus do Mar, criado para dotar Cabo Verde de recursos humanos qualificados nos diversos domínios da economia azul, a deputada disse ter constatado défice de recursos financeiros e humanos na Universidade Técnica do Atlântico (UTA), de formadores na Escola do Mar (Emar) e, no Instituto do Mar (Imar), desafios como a necessidade de inquiridores e de se regulamentar o uso dos Dispositivos de Concentração de Peixes (DCP) e sua gestão.
Finalmente, a direcção da Associação dos Armadores de Pesca (Apesc), outra entidade visitada pelos deputados da UCID, apontou um desenvolvimento “insuficiente” do sector, com “ausência” de uma política de pesca, a criação de um fundo de emergência para combustível, um preço especial do combustível para a pesca, aquisição de um sonar e ainda a revisão do preço do gelo.
A primeira sessão plenária do corrente mês principia na quarta-feira, 10, com o debate com o ministro da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social, Fernando Elísio Freire, proposta pelo MpD (poder), e um outro sobre questões de política interna e externa, sugerido pelos deputados da UCID.
A sessão será igualmente marcada com um momento de perguntas dos deputados ao Governo e aprovação da proposta de resolução que aprova o protocolo que altera a Convenção do Conselho da Europa para a Protecção das Pessoas, relativamente ao Tratamento Automatizado de Dados de Carácter Pessoal.
AA/ZS
Inforpress/Fim
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