São Vicente: Manifestação de trabalhadores atingiu os objectivos preconizados- porta-voz dos sindicatos

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São Vicente: Manifestação de trabalhadores atingiu os objectivos preconizados- porta-voz dos sindicatos
01/05/24 - 03:43 pm

Mindelo, 01 Mai (Inforpress) – O porta-voz e presidente da União dos Sindicatos de São Vicente, Tomás de Aquino, disse hoje que a manifestação dos trabalhadores atingiu os objectivos preconizados porque as pessoas aderiram e pelo que todos os anos farão acções semelhantes.  

Segundo Tomás de Aquino a comemoração do 1º de Maio é para homenagear a memória dos mártires de Chicago e todos os outros que ao longo da sua vida deram o seu sangue para que hoje as pessoas tenham melhores condições de trabalho.

No entanto, afirmou que hoje no mundo laboral os trabalhadores têm tido um conjunto de problemas, dos quais a reposição de perda de poder de compra, que nos últimos três anos situou-se em cerca de 15 por cento (%).

“Aquilo que foi reposto para o Governo foi 3 % e não tem problemas sérios, mais empresas públicas e privadas, em termos de reposição de poder de compra de trabalhadores. Temos problemas relacionados com prestação de assistência médica e medicamentosa, o INPS tem que comparticipar mais na assistência médica aos trabalhadores”, adiantou.

Conforme Tomás de Aquino, a maior parte dos   exames complementares do diagnóstico não são comparticipados apesar dos trabalhadores e da entidade patronal descontarem cerca de 24,5% para que tenham apoio na saúde.

Para Tomás de Aquino há outras preocupações que os trabalhadores têm, principalmente relacionadas com o INPS.   Dessas elencou a necessidade de prestar maior assistência aos trabalhadores, principalmente aos evacuados, a devolução dos fundos que o Governo reiterou do instituto, na época de pandemia, a inscrição dos marítimos na previdência social e a redução da idade de reforma dos mesmos.

Além disso, citou a questão do desemprego, sobretudo o desemprego jovem, que hoje ultrapassar 27%, o cumprimento dos acordos que o Governo fez com os sindicatos do sector da administração pública, implementação do novo Estatuto de Pessoal Docente, as reivindicações de pessoal de saúde, regulamentação da lei das doenças profissionais, entre outros.

A título individual os trabalhadores também justificaram a sua participação na manifestação.

A técnica de análises clínicas do Hospital Baptista de Sousa (HBS) Elisabete Évora explicou que aderiu à manifestação por causa das injustiças laborais que enfrenta nos seus 18 anos de trabalho.

“Participei num concurso público para fins de enquadramento e esse concurso já vai fazer quatro anos a decorrer sem conseguir chegar até ao fim. Apesar de termos passados em todas as fases ainda não chegamos na fase de nomeação e o Ministério de Saúde não nos explica o que se passa, raras as vezes somos atendidos e quando nos atendem dizem que não tem verbas”, esclareceu, reforçando que reivindica ainda melhores condições de trabalho, redução da carga horária, promoção, progressão e melhores salário.

Igualmente, a pediatra do HBS Zuleica Fernandes, que tem 20 anos afecta ao Ministério de Saúde, disse que trabalham em condições precárias porque fazem 24 horas de urgências a cada quatro dias.

“Há meses que não temos pessoas e fazemos urgências a cada três dias. Temos neonatologistas que fazem urgências às vezes por 24 horas a cada dois dias, ou seja, saem hoje e entram nas urgências amanhã. Por isso, estamos na luta por melhores condições de trabalho para que possamos dar à nossa população um atendimento digno”, reforçou.

Com concentração na Praça Dom Luís, a manifestação, convocada pelos sindicatos que representam trabalhadores dos diferentes ramos profissionais no país, cumpriram o itinerário Rua de Praia, Praça Estrela, Chã de Cemitério, Avenida de Holanda, Rua 1 de Monte Sossego, Torrada, Rotunda da Ribeira Bote, Avenida Capitão Ambrósio, Rua Fernando Ferreira Fortes e Rua de Lisboa e voltou à Praça Dom Luís.

CD/JMV
Inforpress/Fim
 

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